61% dos emigrantes já não pensa regressar a Portugal

Há cada vez mais portugueses a querer emigrar, sobretudo jovens, e cada vez menos a querer regressar a Portugal. Esta é a conclusão de um novo estudo realizado pela associação Business Roundtable (BRT) e pela consultora Deloitte alertando que “a situação tende a agravar-se”.

“Com 26% da população a viver no estrangeiro, somos o 8º país do mundo com mais emigrantes. Destes, um terço são jovens e jovens adultos entre os 15 e os 39 anos”, refere o estudo publicado pelo Jornal de Negócios. 

Nos últimos 20 anos, 1,5 milhões de portugueses deixaram o país natal motivados pela procura de melhores oportunidades de carreira e de vida.

Quase metade dos jovens quer emigrar

“Sessenta anos depois de uma vaga de emigração portuguesa não pensámos que estaríamos agora a ser confrontados com uma nova vaga”, declarou Carlos Moreira da Silva, presidente da BRP, numa conferência realizada em Portugal na semana passada, citado pelo Jornal de Negócios.

Atualmente, um em cada quatro inquiridos pensa sair de Portugal. Um desejo mais elevado nas gerações mais novas: sobe para 24% nos millennials para 48% na geração Z (14-29 anos).

“O mundo avançou e Portugal estagnou“, alertou este responsável na conferência citado pelo jornal Eco.

Esta nova vaga de emigração é diferente da dos anos 60, trata-se sobretudo de profissionais qualificados, de fuga de talentos, para o estrangeiro, e que já não pensam em regressar.

Isso ficou claro nos inquéritos que o estudo realizou aos portugueses emigrados no estrangeiro. “Três em cada cinco não querem regressar. Este é verdadeiramente um problema grave que temos”, frisou o presidente da BRP, citado pelo Jornal Económico.

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Portugal “não cria oportunidades”

As razões? Portugal é “um país que não cresce, não cria oportunidades. E como o talento é cada vez mais móvel, ele vai atrás das oportunidades”, vinca Carlos Moreira da Silva.

Um país sem oportunidades e que oferece menos do que os países de acolhimento. Portugal é atualmente um país com baixos salários, impostos elevados, um fraco poder de compra e modelos de trabalho pouco atrativos, justificou por seu turno, Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da BRP, na mesma conferência.

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“Se não agirmos rapidamente, Portugal continuará a perder a capacidade e a esperança de se tornar um país mais desenvolvido, justo, próspero e sustentável”, conclui o estudo.

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