“O meu apelo, neste 05 de julho, é de união. De união em torno dos interesses nacionais”, disse José Maria Neves, que presidiu à tradicional cerimónia na Assembleia Nacional, na capital do país, Praia.
“Juntos, preparemo-nos para comemorar condignamente esse marco de ouro”, insistiu Neves, frisando que o país já está em “contagem decrescente” para celebrar “a data mais importante” da sua história.
Na sua intervenção, o mais alto magistrado da Nação enumerou as “sólidas conquistas” do país, não obstante as adversidades, mas entendeu que, do ponto de vista político, deve-se “desestatizar” a sociedade e “libertar” os indivíduos “das peias” do Estado.
José Maria Neve entendeu ainda que se deve densificar o setor privado, “capacitar o Estado visionário”, diversificar a economia e qualificar a democracia.
“Isto passa por uma maior abertura ao debate e por se ter consideração e respeito por todos e entre todos, envolvendo mais os cidadãos nos assuntos públicos”, mostrou.
O chefe de Estado sugeriu aposta nas energias renováveis e o acompanhamento das transformações tecnológicas, particularmente a inteligência artificial, mas com “redobrada atenção” e “respeito pelos padrões éticos”.
O Presidente cabo-verdiano apelou ainda à mobilização da diáspora cabo-verdiana, para criar “novos paradigmas” de cooperação internacional e fomentar investimentos privados.
No discurso, o presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, chamou atenção para alguma “agitação laboral” em Cabo Verde, sobretudo das classes docente e médica, apelou a negociações e alertou para a situação dos transportes e da habitação no país.
Discursaram ainda os representantes dos três partidos políticos com assento parlamentar, que também fizeram a retrospetiva do percurso, sublinhando os ganhos e enumerando os desafios que o país tem em diversos setores, como a Justiça, os transportes, o emprego ou a democracia.
Além da sessão solene, assistida por membros do Governos, altas individualidades do Estado, corpo diplomático, empresários, confissões religiosas e sociedade civil, o país está a assinalar a data com muitas outras atividades nas ilhas e na diáspora.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, está a assinalar a data com a comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos, no quadro de uma visita que efetua desde terça-feira àquele país, um dos principais de destino do total de 1,5 milhões de cabo-verdianos que vive no exterior, o triplo da população residente nas ilhas.
De manhã, o Presidente cabo-verdiano depositou uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral e à tarde vai condecorar figuras e instituições “que contribuíram para a afirmação de Cabo Verde como Nação”.
As câmaras municipais e a sociedade civil também vão organizar atividades para celebrar o dia, que é feriado nacional.
Cabo Verde tornou-se independente de Portugal a 05 de julho de 1975.
RIPE // JMC
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