Por meio do instrumento, a Universidade irá receber pós-graduandos que atuam como professores no país africano
Por Michel Sitnik
A USP assinou, na última sexta-feira, dia 17 de maio, um convênio com o governo de Moçambique. Por meio do instrumento, o país africano enviará estudantes de pós-graduação na área de ciência e tecnologia para atuar em pesquisas na USP.
Pesquisadores de todas as 56 universidades moçambicanas poderão pleitear a participação e, para que seus intercâmbios ocorram de forma efetiva, a fonte de financiamento das bolsas será garantida pelo Instituto de Bolsas de Estudo (IBE) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) de Moçambique, um órgão equivalente à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes) no Brasil. Todos os selecionados serão pós-graduandos que atuam como professores naquele país.
O pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Rodrigo Calado, explica que este acordo surgiu a partir de um trabalho iniciado no âmbito da Faculdade de Educação (FE) da USP e que, agora, ganhará uma nova dimensão: “Foi identificada uma oportunidade de expandir e consolidar essa colaboração e o governo de Moçambique mostrou grande interesse em qualificar seu corpo docente na USP, oferecendo bolsas de estudos para aqueles que forem admitidos em nossos programas de pós-graduação. É uma ação que aproxima nossos países, traz maior diversidade ao nosso corpo discente e é uma importante ação de internacionalização”, destaca.
A diretora-geral do IBE, Carla Caomba, participou da assinatura do convênio, realizada no prédio da Reitoria: “Para nós, trata-se de um momento histórico. Com este instrumento, teremos a oportunidade de permitir que mais moçambicanos, em especial os docentes das nossas escolas, tenham a oportunidade de ter uma formação de alto nível em uma instituição como a USP, de reconhecimento mundial. Por isso, é também um momento de grande responsabilidade, e tenho certeza de que a procura será grande e que os moçambicanos participarão deste intercâmbio com muito entusiasmo”.
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Já a diretora nacional adjunta de Planificação, Estatística e Cooperação do MCTES, Rachida Mamade, que também esteve presente na assinatura, avaliou o papel que esta aproximação terá para a elevação do nível educacional dos pesquisadores: “Hoje, temos um fosso muito grande na educação no que diz respeito ao número de doutores em nosso país. Ao estreitar esses laços com a USP, temos uma enorme satisfação, porque vemos aqui uma grande oportunidade de incrementar nossa capacidade de pesquisa e inovação. A partir de agora, iniciamos uma nova fase, de trabalho técnico, para termos efetivamente os nossos docentes presentes em uma universidade que está entre as melhores do mundo”, afirmou.
A Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da USP foi representada pelo professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e assessor da PRPG, Fausto Bruno dos Reis Almeida, que comemorou a importância da parceria: “Este acordo representa um marco significativo para a USP, para o Brasil e para Moçambique, fortalecendo os laços entre essas nações que compartilham uma rica herança cultural. A USP está profundamente comprometida em colaborar para promover a excelência na educação, especialmente no âmbito da pós-graduação. Além de impulsionar o avanço científico, nosso intento é receber pesquisadores de destaque, capacitando-os para retornarem a Moçambique com uma sólida formação acadêmica”.
Também estiveram presentes no ato de celebração do documento o presidente da Comissão de Cooperação Internacional da FE, Agnaldo Arroio, e o presidente do órgão na gestão anterior, Valdir Barzotto, um dos responsáveis pelas primeiras tratativas que culminaram com o atual acordo.
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