Marcelo não sabe nada sobre o acordo militar entre São Tomé e Rússia, mas diz que o vai “querer conhecer”

Presidente da República lembra a divisão entre membros da CPLP nas votações sobre a guerra nas Nações Unidas

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quinta-feira desconhecer o acordo de cooperação militar assinado entre São Tomé e Príncipe e a Federação Russa e defendeu que é importante salvaguardar a unidade da CPLP.

“Agora, como no futuro, Portugal desempenhará o papel que entende competir-lhe, em conjunto, em paridade de posições com os outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para salvaguardar a unidade da CPLP”, afirmou o chefe de Estado, em resposta aos jornalistas, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, onde discursou no 1.º Fórum das Ordens Profissionais.

A comunicação social perguntou ao Presidente da República se está preocupado por um Estado-membro da CPLP ter assinado um acordo de cooperação militar com a Rússia.

“Não conheço esse acordo, acho que foi celebrado agora recentemente, mas não tenho ainda conhecimento dele”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa. “Vou querer conhecer”, acrescentou.

Depois, questionado sobre o impacto deste acordo na CPLP, o Presidente da República recordou que “quando começou a invasão pela Federação Russa da Ucrânia [em 2022] houve votações nas Nações Unidas e nalgumas das votações a CPLP dividiu-se, e dividiu-se muito”.

“Houve uma ou outra votação em que o número de países da CPLP que alinhou com a Ucrânia e com a condenação da invasão foi inferior ao número de países que estiveram ausentes ou se abstiveram. Isso mudou, mudou, foi mudando no tempo”, referiu.

Segundo o chefe de Estado, “nessa mudança naturalmente Portugal teve um papel a desempenhar” e continuará a procurar “salvaguardar a unidade da CPLP”.

“Há diversidade de pontos de vista, como nós sabemos e na altura eu reconheci, mas é importante que haja, mesmo na diversidade, aspetos centrais em que a convergência possa estar presente”, reforçou.

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