“Os incêndios que estão acontecendo agora, eles têm uma junção perversa: mudança do clima, escassez hídrica severa e o desmatamento com uso de fogo. É isso que está fazendo que a gente veja o Pantanal em chamas”, disse a ministra do Ambiente, Marina Silva, em conferência de imprensa, citada pelo Campo Grande News.
A ministra do Planeamento, Simone Tebet, que acompanhou Marina Silva no sobrevoo, disse que, do ar, só conseguiu ver “terra e fogo”, devido a uma seca intensa que reduziu o nível dos rios ao mínimo e foi agravada “pela mão de criminosos”.
No dia anterior, em Brasília, após o conselho de Estado, a ministra do Ambiente já tinha afirmado que “85% desses incêndios estão acontecendo dentro de terra privada”.
“Nesse momento, não temos incêndios em função de ignição natural. Os climatologistas dizem que o período não propicia essa forma de incêndio. Todos eles são por ação humana, seja por desmatamento, seja por queimada”, afirmou, citada pela TVCultura.
Os incêndios na maior planície alagada do mundo, que o Brasil divide com a Bolívia e o Paraguai, começaram em abril, mas agravaram-se em junho, a ponto de superar os recordes históricos para aquele mês.
Um estudo divulgado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta que, entre maio e junho, não foram registadas descargas elétricas nas áreas onde os incêndios começaram, confirmando a tese de que a causa das chamas é humana.
De acordo com o estudo, até agora, este ano, o fogo já consumiu cerca de 661 mil hectares do bioma, considerado um dos ecossistemas mais ricos do mundo em biodiversidade de flora e fauna.
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