“Dia 12 de janeiro de 2010, às 16h53, um terremoto de 7.3 graus na escala Richter atingiu a capital do Haiti, Porto Príncipe. Com epicentro próximo à principal cidade haitiana, o sismo causou enorme destruição, matou cerca de 230 mil pessoas e deixou mais de um milhão de desabrigados. Por ser um país com histórico de corrupção, ditaduras sangrentas, violência e extrema pobreza, a tragédia gerou uma onda de solidariedade mundial”. (grifei) Fonte, leia aqui
“Os terremotos têm consequências imediatas e de longo prazo. As primeiras são a destruição de casas e da infraestrutura urbana, além de deixar pessoas mortas, feridas e desabrigadas. No longo prazo isso pode aprofundar a desigualdade social e econômica no país, além de desencadear crises.”
Fonte, leia mais em: “Os terremotos têm consequências imediatas e de longo prazo. As primeiras são a destruição de casas e da infraestrutura urbana, além de deixar pessoas mortas, feridas e desabrigadas. No longo prazo isso pode aprofundar a desigualdade social e econômica no país, além de desencadear crises.” Fonte e Veja mais sobre “Terremotos no Haiti“
300 mil mortos foram contabilizados. 14 anos depois, uma horrível tragédia climática assola o Rio Grande do Sul. E o drama ainda continua desconhecido. Os meios de comunicação tentam demonstrar o que de fato não é conhecido ainda. E o que se sabe corre com e sem fake news pelas redes sociais.
Conforme citação inicial, o desastre que assolou o Haiti é muito maior em proporção do que demonstrará o que aconteceu no RS, mas algumas peculiaridades devem ser comparadas, sem nem mesmo ter o compromisso de pensar que esta descrição não se trata nem mesmo de um resumo dessas condições:
1) Histórico de corrupção nos dois países.
2) Onda de solidariedade mundial.
3) Destruição de bens e pessoas.
4) Tempo de recuperação.
5) Pobreza após os eventos.
6) Falta de recursos para reconstrução, inclusive das vidas das pessoas.
7) Atraso em linha geral das atividades.
8) Solidariedade.
9) Projeto de reconstrução.
10) O Estado como reconstrutor.
11) Etc
Mas, podemos claramente afirmar que o RS não é o Haiti. Talvez não seja. Aqui temos um estado que sucumbiu e há outros tantos para amenizar a dor dos gaúchos, com solidariedade da Iniciativa Privada e pessoas cidadãs, bem como dos governos. Além do que, o Brasil possui recursos, diferentemente do Haiti. Porém, como lidamos, por exemplo, com Brumadinho? Que tipo de reconstrução houve lá? Que tipo de indenização receberam? Como está sendo para Brumadinho, anos depois?
O Brasil foi referência em enviar ajuda humanitária e tropas para o Haiti. E não podemos desfavorecer o papel dos governos agora. Afinal, todos os governos não pensaram que o Brasil pudesse passar pelo que tem passado. Aliás, até há evidências de tremores em nosso país.
No campo da indústria do seguro está havendo um grande teste. Afinal, como lidar com tragédias e eventos climáticos dentro das coberturas oferecidas? Realmente, houve envio de técnicos e diretores aos países, por exemplo, que não raramente têm tragédias como terremotos, tsunamis e eventos climáticos? Se não, onde estão os membros do Conselho de Administração, de seguradoras, que trabalham com previsão de eventos, que não foram se abastecer de conhecimento para a rotina securitária?
O RS hoje, para as seguradoras, não deve ser palco apenas de empatia, solidariedade e agilidade, mas de conhecimento para agir em grandes crises. E, como exemplo, não ficaria bem para ninguém que houvesse o medo e o encerramento de contratos pro rata temporis de forma unilateral, não é mesmo? O que mostraria um fato assim? Cadê o Resseguro e as outras formas de divisão de riscos? Por conseguinte, se encontrar com o judiciário mais a frente não vai aumentar esse dano para a indústria?
Tenho visto algum crescimento em matéria de autarquia de governo. No seguro há uma real condição de escutar o consumidor. Antes visto como segurado, parece que anda caminhando para ser entendido como Consumidor, com letra maiúscula mesmo. E que bom que isto está mudando, mas na dureza das decisões e das Leis. Hoje, com convicção, tenho visto certas brechas sendo reparadas pela Susep, mas nem todas. Afinal, devemos sempre estar em crescimento.
De novo, com convicção, o RS não vai ser um Haiti na reconstrução. A nossa estrutura é outra e o nosso regramento também. Mas isto liga o sinal de alerta. No nosso mercado, nós vamos enxergar muitas coisas em relação ao nosso mercado de seguros. A primeira diz respeito ao como as seguradoras tratarão o mercado gaúcho. E se sua atuária sabe condicionar sua precificação ao contexto da estrutura de um país, sem deixar os moradores regionais desamparados no presente e no futuro. Isto, apenas para relacionar algumas coisas que também devemos aprender com outros países.
Por fim, acredito que, quando as águas baixarem e realmente houver uma pesquisa verdadeira quanto a tudo o que afetou o RS nesta tragédia, devemos reerguer este povo, assim como se faz nos EUA, Europa e Japão. Porquanto há uma diferença significativa sobre o que houve no Haiti e o que houve no Brasil, onde o RS é um ente da nossa Federação.
Armando Luís Francisco
jornalista
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