Empresa russa concessionada para explorar bauxite também interessada em construir ferrovia na Guiné-Bissau – MNE – Portugal Digital

A empresa russa Russal está interessada em construir uma ferrovia ligando a Guiné-Bissau a vários países da África Ocidental, disse nesta quarta-feira (15) o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira.


Portugal Digital com Lusa



O ministro respondeu a órgãos de comunicação social portugueses em Bissau, no âmbito do balanço da visita do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, à Rússia, na quinta-feira, em que assistiu, como convidado de honra, às celebrações do Dia da Vitória.

Carlos Pinto Pereira disse que a Russal aproveitou a presença de Sissoco Embaló para manifestar a intenção de, no futuro, ajudar a Guiné-Bissau a construir a sua ferrovia, bem como o porto de águas profundas em Buba.

Estes dois projetos são antigos e os sucessivos governos guineenses têm tentado arranjar parceiros para a sua materialização.

As duas infraestruturas, a serem construídas, poderiam também ajudar a ligar a Guiné-Bissau ao Mali, Burkina-Faso e o Níger, países que não contam com saídas para o mar, destacou Pinto Pereira.

Para já, adiantou o chefe da diplomacia guineense, a Russal, que tem um contrato com o Governo da Guiné-Bissau, vai avançar para a exploração de bauxite em Boé, no leste do país.

Estudos do Governo guineense indicam que existe em Boé uma reserva de mais de 113 milhões de toneladas de bauxite, a principal fonte natural de alumínio.

Em 2007, o Governo guineense concedeu uma licença de exploração daquele minério à Bauxite Angola, uma empresa mista de direito angolano, que viria a interromper os trabalhos de prospeção, iniciados em abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau.

Carlos Pinto Pereira indicou que a Russal fica com a concessão daquele minério por desistência de Angola e que ainda no decurso deste ano deverá retomar os trabalhos para a sua exploração.

Em relação ao porto de Buba e à ferrovia, a Russal admite participar na construção das duas infraestruturas, embora não as enquadre no projeto de exploração de bauxite, observou Pereira.

O MNE guineense também referiu que a empresa russa Lukoil vai, ainda este ano, realizar a primeira perfuração de poço de petróleo na expectativa de ver se terá valor comercial.

Carlos Pinto Pereira explicou que o bloco de prospeção onde a Lukoil vai realizar a perfuração já tinha sido pertença, em termos de licença, de várias outras empresas.

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