São Tomé e Príncipe. Rangel desdramatiza acordo militar com a Rússia e garante que cooperação não está em causa

Paulo Rangel encontrou-se esta terça-feira com José Manuel Albares, o chefe da diplomacia de Espanha.

Em conferência de imprensa após a reunião, que decorreu no Palácio de Viana, na capital espanhola, Paulo Rangel desdramatizou o acordo militar entre São Tomé e Príncipe e a Rússia e garantiu que a cooperação entre Portugal e o país africano de língua oficial portuguesa não está em causa por esse motivo.


“Isto não é novidade nenhuma”, disse Rangel, lembrando que “os países lusófonos sempre tiveram relações, até de cooperação militar, com a União Soviética, primeiro, e depois com a Rússia. Muitos deles têm material ainda vindo desses tempos que precisa de reparação ou atualização”.

Rangel admitiu, no entanto, que o Governo mostrou “alguma preocupação” após o anúncio deste acordo “porque foi inesperado”, mas garante que, “entretanto, os canais estão todos a funcionar”.

Gaza. Solução de dois Estados “é absolutamente fundamental”

Em relação à guerra no Médio Oriente, Rangel defende que a solução de dois Estados “é absolutamente fundamental”. “Não há outra solução para a crise no Médio Oriente”, afirmou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros considera que a situação na Faixa de Gaza “é, do ponto de vista humanitário, uma catástrofe” e apela a um cessar-fogo imediato.



“É uma situação terrível, é necessário um cessar-fogo imediato, que é uma posição que o Governo mantém do Executivo anterior e transmitiu ao embaixador de Israel em devido tempo”, declarou.

Na segunda-feira, em entrevista ao jornal espanhol El País, Paulo Rangel recusou chamar de genocídio ao que está a acontecer em Gaza, considerando injusto dizer que Israel está a eliminar o povo palestiniano.

Ligação por ferrovia a Madrid é uma prioridade do Governo


Questionado sobre as ligações ferroviárias a Madrid, Paulo Rangel afiançou que esta é uma prioridade do Governo, tal como a ligação Lisboa-Porto-Vigo, e garantiu que o Governo está a trabalhar nesse sentido.



“Para nós é muito importante a interconexão entre Lisboa e Madrid e entre Lisboa-Porto-Vigo”, disse Rangel, acrescentando que o Governo quer criar pelo menos duas ligações a Espanha.


“Aquilo que aqui ficou conversado e em que há um consenso de ambas as partes é que temos estas duas ligações para fazer. As duas têm o mesmo grau de prioridade e, portanto, temos de trabalhar em ambas ao mesmo tempo para recuperar o tempo perdido”, disse o ministro.

Lisboa e Madrid são as únicas capitais europeias que não estão ligadas por comboio.

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