A diferença de 7,9s entre Sébastien Ogier e Ott Tänak, uma das margens de vitória mais curtas de sempre no Vodafone Rally de Portugal, é exatamente a mesma com que Ogier bateu Sébastien Loeb no Algarve, em 2010, na sua primeira vitória no WRC! Mas esta margem também revela o equilíbrio que marcou a edição deste ano. Saiba como e onde é que o francês fez a diferença.
“Pneus, como sempre.” A resposta lacónica de Sébastien Ogier à pergunta do repórter da Rally TV no final do troço de Amarante revelava um dos segredos de tantas vitórias do piloto francês, que começou como mecânico, há quase duas décadas, antes de se tornar uma das lendas do desporto. A forma com Ogier conseguiu aliar rapidez e gestão da degradação dos pneus foi uma das chaves do seu histórico sexto triunfo em Portugal, que lhe permitiu desempatar o recorde que partilhava com Markku Alén.
E Ogier bem teve de se esforçar, pois o 57.º Vodafone Rally de Portugal foi uma das edições mais equilibradas de sempre. A prova teve cinco líderes – Thierry Neuville, Takamoto Katsuta, Kalle Rovanperä, Ott Tänak e Sébastien Ogier –, com seis mudanças de comandante ao longo do rali. Ao final de seis especiais, apenas 6,9s separavam os seis primeiros e, no final da primeira etapa, na sexta-feira, Rovanperä comandava o rali com 1s de vantagem sobre Ogier e apenas 5,4s sobre o quarto classificado, Tänak. No final da primeira passagem pelo troço mais longo do rali, os 37,24 km de Amarante (PE12), a diferença entre o líder Tänak e o segundo, Ogier, era de 0,2s!
Mas a gestão que Ogier fez dos seus pneus em Amarante, juntamente com um furo lento de Tänak, permitiu ao francês ganhar 13,8s ao estónio na classificativa seguinte, em Paredes 1. Aliás, foi verdadeiramente nesse troço que Ogier ‘abriu’ o livro pela primeira vez, já que ganhou 8,5s ao segundo mais rápido, Adrien Fourmaux, e 12s ao terceiro, Neuville.
Os outros dois momentos cruciais na vitória de Ogier foram a segunda passagem por Amarante, onde o piloto da Toyota foi o mais rápido e ganhou mais 4,1s a Tänak; e a primeira passagem por Cabeceiras de Basto, no domingo de manhã, onde o francês voltou a bater toda a concorrência e colocou a diferença para Tänak em 18,1s. A partir daí, Ogier entrou em modo de gestão e pareceu ter sempre as operações sob controlo.
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