S. Tomé e Príncipe, país pequeno, mas soberano, celebrou um acordo com a Rússia, entre outros que com países vários terá celebrado, inclusive Portugal.
Vão daí, logo o PR e o MNE de um país, o nosso, que a sua soberania tem hipotecada a um grupo de burocratas em Bruxelas que ninguém elegeu e que, por sua vez, de simples mandatários dum «Tio Sam» não passará, logo quiseram «conhecer» o referido acordo e «lembrar» a S. Tomé e Príncipe que Portugal e outros estados europeus manifestavam «estranheza, apreensão e perplexidade» perante o dito.
Respondeu-lhes, com grande dignidade, sentido diplomático e não sem uma ponta de ironia, o Presidente daquele país:
“Honestamente, ele quer conhecer como? Ele quer pedir-me o acordo? Eu também tenho muita curiosidade em conhecer muitas coisas, mas sejamos claros: aqui há o respeito da soberania e há o respeito das regras diplomáticas, por conseguinte há coisas que não fazem sentido (…) Se o acordo passar a ser publicado, ele [o Presidente português] tomará conhecimento como toda a gente (…) Nós temos relações bilaterais com muitos países e nós não precisamos de Portugal para nos relacionar com outros países e se um país europeu quer manifestar preocupação, fala comigo (…) Eu dou-me muito bem com muitos países europeus, não preciso de passar por Portugal para falar com a Europa e se a Europa também precisa falar comigo, não precisa passar por Portugal (…) Muitos países europeus continuam a importar gás, petróleo e urânio da Rússia (…) Nós cooperamos com os nossos amigos, nós não somos ingratos com os nossos amigos e, dentro dessa cooperação, dentro do cenário internacional, dentro das opções que nós fizemos, há uns com o quais andamos 10 metros, outros 100 metros e outros, ainda, com o quais não andamos, em função dos nossos interesses, e os outros fazem a mesma coisa em função do seus (…) Nós somos um país livre, independente, soberano, somos adultos!”
Que lição!
Depois de, no tempo da «Troica», já ter havido quem nos «mimoseasse» com a inclusão num «clube» de países gastando o dinheiro em «copos e mulheres» e que, quando aflitos, se colocariam de mãos estendidas aos que, ao invés, bem saberiam gerir as suas finanças!
É esta a «grandeza» a que está a ser conduzido um país com quase 900 anos de história e que, em tempos, nomeadamente, soube dar novos mundos ao mundo, com as «elites» hoje à sua frente:
Serviçal, humilhado e ridicularizado!
Até quando?
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* Jurista
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