O envio dos dois aviões foi anunciado pela Embaixada norte-americana em Georgetown na sua conta na rede social X, onde dá conta ainda que Julie Nethercot, diretora de estratégia, política e planos do Comando Sul dos EUA está de visita à Guiana.
“Em colaboração e com a aprovação do Governo da Guiana, dois aviões da Marinha dos EUA, F/A-18F Super Hornets, embarcados no USS George Washington, vão efetuar um voo coordenado e aprovado pelas Forças de Defesa da Guiana [GDF, siglas em inglês] sobre Georgetown e áreas dos arredores”, explica a embaixada.
A embaixada norte-americana explica ainda que “no âmbito da parceria militar contínua entre os EUA e a Guiana” Julie Nethercot “reuniu-se com o chefe do Estado-Maior das GDF, o brigadeiro Khan, para debater sobre a cooperação e a assistência em matéria de segurança em curso”.
Em resposta, na mesma rede social o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, condenou “as reiteradas provocações do Comando Sul, patrocinadas pelo governo da Guiana, que assumiu o papel de uma nova colónia norte-americana” e advertiu que o sistema de defesa venezuelano está atento a qualquer tentativa de violação do seu espaço aéreo.
“Já alertámos sobre a ameaça à paz regional que representa a presença do porta-aviões USS George Washington nas Caraíbas. Agora anunciam o envio de aviões F-18 para voar sobre Georgetown e seus arredores (…) o nosso Sistema Integral de Defesa Aeroespacial continua ativado contra qualquer tentativa de violação do espaço geográfico venezuelano, incluindo o nosso Território de Essequibo”, sublinha o ministro venezuelano.
Em 4 de abril último, o Presidente da Venezuela acusou os EUA de instalaram “bases militares secretas” no território de Essequibo, em disputa com a vizinha Guiana e instou os venezuelanos a estarem preparados para defender o país.
“Temos informações confirmadas de que no território da Guiana Essequiba, temporariamente administrado pela Guiana, foram instaladas bases militares secretas (…), núcleos militares do Comando Sul e núcleos da CIA”, disse.
Maduro falava na Assembleia Nacional, em Caracas, no ato de promulgação da nova Lei para a Defesa da Guiana Essequiba, durante o qual disse que a alegada instalação de bases militares secretas tem como propósito “preparar agressões contra a população de Tumeremo [880 quilómetros a sudoeste de Caracas] e contra a população do sul e do leste da Venezuela, e para preparar uma escalada contra a Venezuela”.
“A Guiana é governada pelo Comando Sul, pela CIA e pela [petrolífera norte-americana] ExxonMobil. E não estou a exagerar. Eles controlam o Congresso e os dois partidos maioritários, o governo e a oposição. Controlam todo o governo. Controlam totalmente todas as forças de defesa da Guiana, as forças policiais”, disse Maduro.
A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como “zona em reclamação”, está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.
Com cerca de 160 mil quilómetros quadrados, Essequibo é rico em petróleo, representa mais de dois terços do território da Guiana e abriga cerca de um quinto da população, ou cerca de 125 mil pessoas.
A reivindicação da Venezuela tornou-se mais premente desde que a ExxonMobil descobriu petróleo em Essequibo, em 2015, tendo a tensão entre os dois países aumentado desde então.
Para a Venezuela, o rio Essequibo devia ser a fronteira natural, como era em 1777, durante a época do império espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que remonta à era colonial britânica, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.
Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela.
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