Hoje, além de “Grito”, foram também escolhidos para passar à final os temas da Sérvia, Eslovénia, Ucrânia, Lituânia, Finlândia, Chipre, Croácia, Irlanda e Luxemburgo.
Na primeira semifinal, que foi transmitida em direto em Portugal na RTP1, competiam 15 canções, por dez lugares. De fora da final ficaram os temas da Polónia, Islândia, Moldávia, Azerbaijão e Austrália.
Este ano, participam 37 países no Festival Eurovisão da Canção, mas à final só chegam 26: os dez escolhidos hoje, dez que serão selecionados na quinta-feira, na segunda semifinal, e os chamados ‘Big Five’ (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália) e o país anfitrião.
Embora não tenham estado em competição, visto terem entrada direta na final, na semifinal de hoje foram apresentados ainda os temas da Alemanha, do Reino Unido e da Suécia.
O espetáculo de hoje, que teve como apresentadoras a atriz sueca Malin Akerman e a apresentadora de televisão sueca Petre Mede, abriu com a atuação de participantes de anteriores edições do concurso: a cipriota Eleni Foureira, com “Fuego” (da edição de 2018), o sueco Eric Saade, com “Popular” (2011), e a espanhola Chanel, com “SloMo” (2022).
O cantor sueco cantou com a mão esquerda envolta num ‘keffiyeh’, lenço que é símbolo da resistência palestiniana, levando assim para palco o conflito israelo-palestiniano, que está a marcar esta edição do concurso.
O conflito, que dura há décadas, intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
Vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus à União Europeia de Radiodifusão (EBU, sigla em inglês), para que a participação de Israel no concurso fosse vetada.
Entre os vários apelos, no final de março, representantes de nove países, incluindo Portugal, assinaram uma carta na qual pediam um “cessar-fogo imediato e duradouro” na guerra na Palestina e o regresso de todos os reféns israelitas.
Na carta, os artistas começavam por afirmar que reconhecem “o privilégio de participar na Eurovisão”, mas que não se sentem “confortáveis em ficar em silêncio” perante a “situação atual nos Territórios Palestinianos Ocupados, em particular em Gaza e em Israel”.
Além da representante de Portugal, assinaram a carta os intérpretes da Irlanda, Noruega, São Marino, Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Lituânia e Finlândia.
Na altura, a EBU recordou que o festival é um evento “apolítico”. No entanto, em 2022 foi decidida a expulsão da Rússia do concurso na sequência da invasão da Ucrânia.
Entretanto, no domingo, Iolanda apresentou-se na ‘passadeira turquesa’ (onde desfilam os representantes de todos os países, marcando assim o início dos espetáculos ao vivo do concurso), em Malmö, com um vestido de uma marca palestiniana e as unhas pintadas com o padrão do ‘keffiyeh’, um lenço que é símbolo da resistência palestiniana.
Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar no concurso de música, em 1973, e ganhou quatro vezes, incluindo com a cantora transgénero Dana International, em 1998.
Portugal participou no Festival Eurovisão da Canção pela primeira vez em 1964, tendo, entretanto, falhado cinco edições (em 1970, 2000, 2002, 2013 e 2016). Entre 2004 e 2007, inclusive, e em 2011, 2012, 2014, 2015 e 2019, Portugal falhou a passagem à final.
Portugal venceu pela primeira e única vez o Festival Eurovisão da Canção em 2017, com o tema “Amar pelos dois”, interpretado por Salvador Sobral e composto por Luísa Sobral. Na sequência da vitória, Lisboa acolheu, no ano seguinte, o concurso.
No ano passado, Portugal em 23.º lugar no Festival Eurovisão da Canção, com Mimicat e a canção “Ai coração”.
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