Governo federal estuda importar arroz da Venezuela por causa de calamidade no RS – Noticias R7

Temporais no Rio Grande do Sul já deixaram 90 mortos (GILMAR ALVES /GILMAR ALVES /ASI/ESTADÃO CONTEÚDO – 05.05.2024)

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva estuda a possibilidade de importar arroz da Venezuela, como apurou o R7. A solução busca suprir a falta do produto, cujo maior produtor é o Rio Grande do Sul, estado que enfrenta calamidade pública em função de fortes chuvas que já deixaram ao menos 90 mortos. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o RS é responsável por 70% do arroz consumido no Brasil.

No fim do mês passado, Lula declarou que o Brasil deveria ter comprado arroz do país vizinho no início do ano para tentar conter a alta dos preços dos alimentos. A fala ocorreu antes das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. Na ocasião, o presidente relacionou a queda da popularidade do governo ao aumento dos custos dos alimentos para a população.

“O arroz e feijão estavam meio caros, por isso que tem muita gente zangada. É porque diminuiu nossa área plantada e a gente deu uma vacilada, porque deveria ter importado arroz mais barato da Venezuela, mas ficamos na expectativa de que, quando começasse a colheita do arroz, ia baratear. E já começou a baixar”, destacou Lula, então.

Devido às chuvas, 155.741 pessoas estão desalojadas e mais de 1 milhão foram impactadas de alguma forma. Além das 90 mortes já confirmadas, quatro óbitos estão sob investigação. Dos 497 municípios do RS, 388 foram atingidos com as enchentes.

Outros alimentos

A situação no estado pode prejudicar lavouras e o abastecimento de alguns alimentos no Brasil. A avaliação é do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que destaca que o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de soja do país.

Especialistas do Cepea analisam que as chuvas, além de reduzir a renda dos produtores do estado, podem afetar o abastecimento de arroz do país e impactar diversas famílias. A colheita, segundo o órgão, já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores e muitas lavouras estão agora debaixo d’água. Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal.

No Brasil, já foram colhidos 90,5% da área de soja da safra de 2023/24, segundo a Conab. O Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas. No Rio Grande

do Sul, as atividades somam 60%, contra 70% no mesmo período de 2023. Em Santa Catarina, a colheita alcançou 57,6% da área, abaixo dos 82,8% há um ano.

Outro ponto é que a colheita de milho da safra de verão está praticamente paralisada. Segundo a Emater-RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul), a colheita atingiu 83% da área sul-rio-grandense até o dia 2 de maio, um avanço semanal de apenas 1 ponto percentual. No Paraná, foram colhidos 98% da área total de milho até 29 de abril e em Santa Catarina, 93% até 28 de abril.

O cenário não afeta apenas as lavouras, mas a produção de frango, suínos e ovos. Os produtores relatam dificuldade na compra de rações e embalagens, assim como o transporte de animais para abate nos frigoríficos, visto que pontes e rodovias estão interditadas devido às chuvas.

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