Cantora participou na edição deste ano do Atlantic Music Expo em Cabo Verde, onde apresentou o seu disco ‘Caminho de São Tomé’.
Desde pequena que a música acompanha Katia Semedo, as primeiras vezes que cantou foi ainda no jardim de infância, em São Tomé e Príncipe. Na juventude foi um pouco mais além e participou em alguns festivais, representou a diáspora são-tomense em Cabo Verde, atuou em Portugal e no Luxemburgo.
A cantora vive em Cabo Verde desde 2013, e lançou agora o disco ‘Caminho de São Tomé’.
“Fala um bocadinho da minha história, da história dos meus avós. Daqueles que foram para São Tomé na década de quarenta”, refere Katia Semedo, sobre a época em que a seca e a fome forçou uma grande parte da população de Cabo Verde, ainda colónia portuguesa, a embarcar para São Tomé e Príncipe tendo como destino o trabalho nas roças de café e cacau.
A esperança de voltar a Cabo Verde não passou de uma ilusão para os contratados. Poucos conseguiram regressar às suas famílias. Neste ‘Caminho de São Tomé’ cantado por Katia Semedo, as histórias são contadas ao ritmo da coladeira, da morna, do batuque ou do funaná.Um dos temas do disco é ‘Combersu ku Mar’, um batuque estilizado.
“É a minha história como mãe. Tive de me separar do meu filho, quando ele tinha um ano e oito meses. Tive de o levar para São Tomé, porque precisava de continuar a estudar aqui em Cabo Verde. Então foram quatro anos de distância entre mim e ele. ‘Combersu ku Mar’ surge numa tentativa de refúgio, falar com o mar, desabafar. Porque é que dói tanto ficar longe daqueles que amamos. Principalmente ficar longe do filho. A distância entre uma mãe e um filho, é muito complicado”, conclui a cantora Katia Semedo.
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