Dos dois primeiros grupos do Campeonato Africano das Nações, com muitas ligações a Portugal, conhecem-se (pelo menos) quatro dos apurados
Esta segunda-feira, jogam-se quatro jogos no Campeonato Africano das Nações. Dos grupos A e B, sairão quatro seleções diretamente para os oitavos de final da competição. Mais duas poderão apurar-se, caso façam parte dos quatro melhores terceiros lugares. Nesta ronda, destacam-se os vários jogadores com ligações aos campeonatos portugueses, bem como os técnicos lusos de Nigéria e Egipto – José Peseiro e Rui Vitória.
Grupo A
A Costa do Marfim, anfitriã do torneio, pretenderá fazer por esquecer a derrota na passada jornada com a Nigéria. A seleção de Ousmane Diomande, do Sporting, defronta a Guiné Equatorial, uma das sensações e a atual líder do grupo.
O plantel costa-marfinense é um dos melhores do torneio. Para além de Diomande, jogadores como Sangaré, Kessié, Seko Fofana ou Serge Aurier colocam os Elefantes no lote dos favoritos. E, ao que parece, virá mais um reforço. Na antevisão à partida, o técnico Jean-Louis Gasset confirmou o regresso de Haller, avançado do Borussia Dortmund, e Adingra, extremo do Brighton, que ainda não tinham feito parte das contas. «Sabemos que se vencermos estamos qualificados e isso é importante. Haller estará na equipa. Todos falam de Haller, mas eu gostaria de adicionar Simon Adingra. Ambos estarão no plantel. Temos que ser eficientes.»
Certo é que, à entrada para a ronda decisiva, a Guiné Equatorial tem mais um ponto que o adversário. As exibições coletivas do conjunto guineense têm surpreendido e, a liderar o ataque, está o melhor marcador da competição. Emilio Nsue tem estado em destaque, já com três golos – todos eles frente a Guiné-Bissau, na passada jornada – e a sua motivação servirá, certamente, de impulso para um conjunto teoricamente mais fraco, mas exibicionalmente mais competente.
À mesma hora, disputa-se o Guiné-Bissau-Nigéria. Já sem hipóteses de qualificação, a seleção guineense joga contra o conjunto de José Peseiro, em igualdade pontual com a Guiné Equatorial, só precisa de um ponto para garantir que avança para a próxima fase. Peseiro, porém, não pensa em nada que não seja a liderança. «Queremos o primeiro lugar e, para isso, temos de combater. Vamos fazer o que for preciso para cumprirmos a nossa missão.» No último encontro, as Super Águias derrotaram a Costa do Marfim por 1-0 e, até agora, a estrela maior, Victor Osimhen, ainda só faturou por uma vez.
Baciro Candé, técnico da Guiné-Bissau, olha com otimismo para o encontro. «Confio na minha equipa, queremos ter uma boa prestação. Mentalmente somos fortes, estamos aqui porque somos bons. Fizemos uma boa fase de qualificação. Sabemos que será muito difícil, mas estamos preparados para vencer amanhã. Queremos chegar à nossa primeira vitória no CAN», disse. O jogo perdido frente à Guiné Equatorial – graças ao tal hat trick de Nsue – deixou cair as hipóteses de apuramento, mas não a esperança de vencer.
Grupo B
Cabo Verde é a grande vencedora deste grupo. Já leva 6 pontos, suficientes para garantir o primeiro lugar e as exibições e os grandes golos têm deixado impressionado todos os que assistem aos encontros dos cabo-verdianos. Ainda assim, diz Bubista, técnico de Cabo Verde, que não há poupanças. «Temos confiança em todos os jogadores e faremos tudo para vencer o Egipto. Temos uma grande responsabilidade diante dos nossos adeptos e os pontos do grupo ainda não estão fechados. Jogaremos da mesma forma que jogámos contra todos.» Aconteça o que acontecer, a liderança está certa.
A jogar para o segundo lugar está o Egipto, treinado por Rui Vitória. Com apenas dois pontos noutros tantos encontros, a caminhada dos faraós tem sido algo desapontante. O técnico português definiu Cabo Verde como «um adversário duro», para o qual serão necessárias «muita seriedade e determinação». Sobre a defesa, Rui Vitória atribui a quantidade excessiva de golos sofridos ao «caudal ofensivo da equipa, que deixa a defesa descoberta». «Falar com os jogadores é muito importante, e se há algum erro, é preciso corrigi-lo», adicionou. Certo é que, à partida para o encontro, a seleção egípcia conta já com uma grande baixa. Mohamed Salah, astro da equipa, é baixa confirmada, neste ataque ao apuramento.
Moçambique e Gana, ambos com um ponto, procuram explorar um possível deslize do Egipto para chegar ao segundo lugar.
A seleção moçambicana vem de pesada derrota com Cabo Verde, num jogo em que nem o resultado nem a exibição encheram as medidas. Agora, enfrenta o Gana, na mesma situação, e com Mohammed Kudus como grande figura. Chiquinho Conde, técnico moçambicano, não acredita, ainda assim, que só um jogador consiga fazer estragos. «Kudus é um grande jogador e vê-lo a jogar é um prazer. Contudo, isto é um desporto coletivo. Se jogar sozinho, não vão conseguir vencer, então terão de jogar em equipa. Conhecemos os seus pontos fortes e fracos e sabemos que apostam num jogo mais individual», disse o treinador.
O plantel do Gana também é um dos mais recheados do CAN. Kudus, referido anteriormente, é a grande estrela de uma seleção que também conta com atletas como Semenyo, Ayew ou Salisu. O técnico Chris Hughton recusa a ideia de que será um jogo fácil. «Os jogadores sabem o que é preciso fazer para chegar à vitória. Não há jogos fáceis. Temos de estar física e mentalmente preparados», afirmou. Os Estrelas Negras deverão assumir o controlo do jogo, sendo que o conjunto moçambicano poderá, no contra-ataque, aproveitar lacunas que têm, ao longo do torneio, sido deixadas na defesa ganesa.
Os encontros do Grupo A jogam-se pelas 17 horas. Às 20 horas, começam os jogos do Grupo B.
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