Portugal é (mesmo) uma democracia mas com (muitos) defeitos

Esta é, aliás, uma tendência sustentada. Se não vejamos. Ao comprarmos os dados do estudo realizado este ano com o mesmo estudo feito há 10 e há 20 anos – 2014 e 2004, respetivamente -, a perceção dos inquiridos não sofre alterações significativas, embora se destaque atualmente um aumento de quem considera que somos uma democracia “apesar de ter pequenos defeitos”.

Uma percentagem que, apesar de ainda ser inferior, se aproxima da dos inquiridos que considera que Portugal é uma democracia mas “com muitos defeitos” (44%).

Mas quando a questão é se “está satisfeito/a com o funcionamento da democracia”, a resposta “razoavelmente satisfeito/a” lidera e alcança até “o valor mais elevado” (50%) dos três estudos. Em sentido contrário, a percentagem de quem responde “nada satisfeito/a” não só desce de forma considerável, como é também a mais baixa de sempre.

O estudo conclui que no que diz respeito ao grau de satisfação dos portugueses com a democracia, “não há diferenças muito pronunciadas” entre grupos sociodemográficos e sociopolíticos. Ainda assim é de salientar que a satisfação vai diminuindo quanto mais velhos são os inquiridos e aumentando quanto maior foi o grau de qualificações. Diminui também entre os inquiridos que se posicionam mais à Direita, em particular com quem simpatiza com o Chega, mas aumenta à Esquerda, sobretudo entre os simpatizantes do PS.

Se alargarmos a análise à Europa e compararmos a nossa democracia com os restantes países europeus, a conclusão do estudo não deixa margens para dúvidas. 67% dos inquiridos considera que Portugal “é tão democrático” quanto os demais, e 7% responde mesmo que é “mais democrático”.

No sentido oposto, e a descer de forma acentuada desde 2004, estão os inquiridos que entendem que Portugal é “menos democrático” (17%). Será este um bom preságio para as eleições que se avizinham? Veremos no próximo dia 9 de junho.