Facebook boicota por 10 anos página do Chega, de Portugal

A big tech Meta resolveu impor restrições à página no Facebook do Chega, maior partido de direita de Portugal. A limitação se dá a partir deste domingo, 14, e terá validade por dez anos.

De acordo com a direção da legenda partidária, a plataforma de rede social se limitou a divulgar uma mensagem genérica. Não há, ao menos por ora, explicações oficiais para a punição.

“A tua conta está restringida durante 3649 dias”, afirma trecho da mensagem da Meta. “A atividade da tua conta desrespeitou os nossos Padrões de Comunidade. Portanto, não podes executar uma ou várias ações habituais.”

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A Meta não informa quais seriam os supostos desrespeitos praticados pelo Chega no Facebook. Também não há detalhes do grau da limitação da página do partido na rede social.

Fundador e presidente do Chega, o deputado André Ventura divulgou a restrição imposta pela big tech. Sem ter detalhes a respeito da decisão, o político definiu o caso como “censura”.

“Isto é uma inadmissível censura”, afirmou Ventura, em postagem no Twitter/X e no Instagram (que também pertence à Meta). “As autoridades portuguesas não podem ficar em silêncio. Apelo a todos os apoiantes e militantes do CHEGA que façam chegar à Meta, dona do Facebook, a sua indignação. Viva a liberdade de expressão!”

Assim como o seu líder, o Chega, de modo institucional, reclamou da medida. O partido avisou que vai levar o caso à Justiça.

“Já por diversas vezes a Meta tentou interferir na liberdade de expressão que é conferida a qualquer partido político, mas desta vez foi longe demais”, afirmou o partido. “Esta é uma decisão claramente ilegal e inadmissivelmente limitadora da atividade política de um partido e, por isso, o CHEGA vai recorrer judicialmente desta decisão.”

Restrição no Facebook e se dá depois do crescimento do Chega nas eleições parlamentares de Portugal

A notícia de que a página no Facebook do Chega vai sofrer boicote por decisão da própria Meta pelo decorrer dos próximos dez anos se dá pouco tempo depois de o partido, assumidamente de direita, crescer no Parlamento de Portugal. No pleito de março, a sigla elegeu 50 deputados. Isso representou crescimento de mais 300% no comparativo com os 12 eleitos em 2022.

Com o resultado da eleição parlamentar do mês passado, o Chega se consolida como a terceira maior força política do país lusitano. Em cadeiras no Parlamento português, só fica atrás do Partido Social Democrata (centro-direita) e do Partido Socialistas (esquerda), com 78 deputados cada um.

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