– Em uma nova fase da escalada de tensões entre Santiago e Caracas, o presidente do Chile, Gabriel Boric, convocou nesta quinta-feira (11) seu embaixador na Venezuela, Jaime Gazmuri, de volta ao país para consultas.
O gesto é um protesto após declarações do chanceler venezuelano, Yván Gil, que negou a existência de uma organização criminosa internacional conhecida como ?Tren de Aragua?, apontada como a maior e mais poderosa da Venezuela e que mantém uma aliança com o Primeiro Comando da Capital (PCC), do Brasil.
Boric afirmou que as falas do chefe da diplomacia venezuelana ?não só demonstram uma falta de compromisso com a cooperação internacional necessária em matéria de segurança, como também uma negativa em abordar de maneira efetiva os problemas transnacionais do crime organizado?: ?A negação não serve e não é tolerável?.
Enquanto isso, a Comissão de Segurança da Câmara Baixa do Chile convocou o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, e o chanceler, Alberto Van Klaveren, para que deem explicações sobre o estado de um acordo firmado em janeiro deste ano entre os dois países.
Monsalve viajou para Caracas para se reunir com autoridades e selar um protocolo de colaboração em intercâmbio de informações para combater o crime organizado.
Em um ofício, a chancelaria afirmou que o acordo não constitui um tratado internacional e que vincula somente as partes participantes.
?Não podemos assinar acordos com ditaduras que não reconhecem a existência do Tren de Aragua?, protestou o presidente da comissão, Andrés Longton, deputado do partido de oposição Renovación Nacional.
O grupo criminoso é acusado de sequestros, extorsões e homicídios. A presença foi detectada inicialmente no extremo norte do Chile, mas teria se deslocado para a região central do país.
A expulsão de membros da quadrilha, que em sua maioria estão ilegais no país, vem sendo impedida por autoridades de Caracas, barrando voos da Força Aérea chilena ao território venezuelano.
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