Na Amazônia, a França busca garantir influência geopolítica na América do Sul, tendo como objetivo integrar-se ao Tratado de Cooperação Amazônica devido à presença da Guiana Francesa em seu território.
Essa iniciativa de Macron foi vista pelo Itamaraty e ambientalistas como populista, contornando a decisão do chefe de Estado de não interromper suas férias para ir à Cúpula da Amazônia liderada por Lula.
Apesar de não ter contatado o governo brasileiro diretamente, a França busca reforçar sua presença política na região, especialmente devido à importância estratégica da Guiana Francesa, localizada na fronteira norte do Brasil.
No passado, a França já havia tentado participar das decisões regionais no Brasil, buscando cooperação em segurança e defesa na fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa.
A adesão ao Tratado de Cooperação Amazônica é parte desse esforço histórico, visando fortalecer sua influência na região e justificar sua posição no debate global sobre desmatamento.
Além disso, a presença da França na Guiana Francesa oferece vantagens estratégicas, como o Centro Espacial Kourou, fundamental para programas espaciais europeus, e uma posição privilegiada no Caribe e na América do Sul. A presença militar francesa no local visa garantir a proteção do departamento, a segurança de suas instalações e a defesa de seus interesses na região, permitindo também o monitoramento e antecipação de possíveis crise.
A situação é intencional e complexa que envolve questões de interesses políticos e econômicos. Com a França buscando explorar urânio no Brasil e já mantendo uma longa história de extração desse recurso no Níger, surge uma ligação entre a necessidade energética francesa (com 70% de sua eletricidade vinda de energia nuclear, grande parte proveniente de urânio) e a busca por novas fontes desse minério.
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