Essas são as conclusões do informe da Missão de Apuração de Fatos, criada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Na apresentação de suas avaliações, na sede da ONU em Genebra, a missão formada por três especialistas internacionais indicou graves abusos de direitos humanos por parte das forças de ordem, impunidade diante dos crimes e “dificuldades” para que os acordos para a realização das eleições sejam respeitados pelo governo bolivariano.
Ao tomar a palavra para se defender, na ONU, a delegação da Venezuela acusou as potências de “arrogância”, rejeitou a denúncia e chamou as informações de “barbaridades”. Para a diplomacia bolivariana, a missão não tem legitimidade e faz parte de uma tentativa de promover a queda do governo.
Maduro prometeu eleições presidenciais para o final de julho. Mas medidas adotadas por Caracas nas últimas semanas vêm deixando a ONU e ativistas de direitos humanos preocupados.
Em outubro de 2023, o governo bolivariano e a oposição chegaram a um acordo em Barbados sobre as condições de realização da eleição. No mesmo momento, Maduro fechou um acordo com o governo de Joe Biden. De um lado, ele garantiria as eleições livres e soltaria prisioneiros políticos. De outro, os norte-americanos retirariam as sanções que abalaram a economia venezuelana.
Mas a missão da ONU apontou que, já em 2023, alertou que a “estrutura repressiva do Estado não havia sido desmantelada e continuava a representar uma ameaça latente que poderia ser ativada sempre que o governo considerasse necessário”.
Segundo a apuração liderada por Marta Valiñas, “os inúmeros eventos registrados durante o período desta atualização confirmam que estamos enfrentando uma fase de reativação da forma mais violenta de repressão por parte das autoridades”. Isso inclui violações de direitos humanos contra pessoas que se opõem ao regime, inclusive “defensores de direitos humanos que ousam criticar, denunciar ou protestar contra decisões ou políticas do governo”.
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