A oposição denunciou este domingo que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela desqualificou vários partidos opositores de participar nas eleições presidenciais previstas para 28 de julho.
“A cúpula vermelha [cor do partido do Governo] está a intervir judicialmente juntos dos partidos de longa tradição, encerra outros que não são controlados por Miraflores”, denunciou César Pérez Vivas do partido Copei, na rede social X.
Na mesma rede social, o antigo governador do estado de Táchira denuncia ainda que o regime, “simultaneamente, autoriza a criação de novos partidos para permitir o registo de candidatos amigos de [Nicolás] Maduro”.
“Criam desqualificações expressas. Uma forma de aplicar a democracia participativa e protagonista. Nem cuidam das formas. A obsessão por se perpetuarem no poder leva-os a esta prática desprezível. Vamos derrotá-los, apesar das manobras grosseiras”, frisou.
Por outro lado, aos jornalistas, a ex-deputada Delsa Solórzano, do partido Encuentro Ciudadano, denunciou que o regime está a violar o Acordo de Barbados, assinado em outubro de 2023, entre o Governo venezuelano e a oposição.
“Há um documento que foi assinado. É um documento que estabelece claramente que nos vamos manter dentro da rota eleitoral e que há alguns requisitos com que todos nos comprometemos. […] O primeiro requisito é que cada um escolha o seu candidato. Assim de simples”, disse Delsa Solórzano ao canal de televisão Venevisión.
A ex-deputada insistiu que em 22 de outubro de 2023 a oposição escolheu a sua candidata unitária, Maria Corina Machado.
“É a ela que estamos a apoiar e, juntamente com ela, tomaremos as decisões que têm de ser tomadas”, frisou.
Segundo a oposição venezuelana, na sexta-feira o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) aprovou incluir sete novos partidos (Direita Democrática Popular, Partido Verde, Futuro Venezuela, Enamórate, Aliança Política Renovação e Esperança, confederação Democrática e Unidade Visão Venezuela) na listagem de organizações qualificadas para apresentar candidatos às próximas presidenciais.
Entre os qualificados estão ainda os partidos Ação Democrática, Copei, Primeiro Justiça, Partido Comunista, Pátria Para Todos e Voluntad Popular.
As próximas eleições presidenciais na Venezuela estão marcadas para 28 de julho.
Em 11 de março, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no Governo) confirmou que o Presidente Nicolás Maduro será o seu candidato para um terceiro mandato de seis anos.
Nesse mesmo dia o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela atualizou a informação aos eleitores para as eleições presidenciais de 28 de julho, tornando pública a desqualificação da opositora Maria Corina Machado para exercer cargos públicos.
A formalização de candidaturas para as presidenciais terá lugar entre 21 e 25 de março, seguindo-se o recenseamento eleitoral no país e no estrangeiro, entre 18 de março e 26 de abril, e a campanha eleitoral, entre 4 e 25 de julho.
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