Venezuela prende opositor por suposto plano para matar Maduro

Segundo o Ministério Público venezuelano, um militar desertor também foi detido; os 2 teriam publicado “ameaças gravíssimas” ao presidente

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse na 4ª feira (13.mar.2024) ter prendido duas pessoas, um líder da oposição local e um militar desertor, na cidade de Maturín. Conforme Saab, eles teriam publicado “ameaças gravíssimas incitando ao assassinato” do presidente do país, Nicolás Maduro.  

Saab declarou que as ameaças foram “públicas e notórias”, uma vez que foram feitas por telefone e em redes sociais”. Ele afirmou que as investigações preliminares conduzidas pelo Ministério Público venezuelano indicam que, “por trás dessas ameaças”, existem “evidências de uma nova conspiração”.

Segundo nota divulgada pelo MP do país, os presos são Whillfer José Piña Azuaje, líder do partido opositor La Causa R, e Renzo Estibenz Flores, ex-sargento da Guarda Nacional. Os 2 serão acusados perante um tribunal de terrorismo pelos crimes de “conspiração, associação e tentativa de magnicídio [assassinato de pessoa ilustre]”. 

Conforme Saab, foram descobertas mensagens de WhatsApp. Em uma delas, lia-se: “Em Maturín será a morte de Maduro”. Segundo o Ministério Público venezuelano, “foram encontradas mensagens com Flores nas quais eram mencionados grupos armados”.

O órgão informou que, durante um interrogatório, Flores “revelou que conhecia Piña Azuaje há 8 meses” e que eles discutiram um plano que envolvia “recrutar 50 militares, retirar um tanque e o respectivo conjunto de armas de um complexo militar com o intuito de dar um golpe de Estado”. 

A Venezuela tem eleições previstas para 28 de julho. É o dia em que nasceu o ex-presidente do país Hugo Chávez (1954-2013). Maduro deverá tentar se reeleger pela 2ª vez. Não há candidatos de oposição:

  • o Tribunal Supremo de Justiça, ligado a Maduro, inviabilizou a candidatura de Maria Corina Machado, líder da oposição no país;
  • a polícia venezuelana prendeu a ativista Rocío San Miguel, outra cotada para a disputa. Segundo o governo, a ativista foi presa por terrorismo e traição à pátria.

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”.

Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).


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