sobrevivente questiona balanço de colapso em mina na Venezuela

“Vi um dos meus amigos esmagados até a metade”, conta à AFP este homem de 46 anos que pediu para ser identificado com outro nome, temendo represálias. “Meus colegas de mina foram esmagados […] Eu estava tirando material. Fui embora, comi e quando cheguei outra vez ao barranco, tive a chance de dar um passo atrás. Caí, mas [só] me machuquei, tive alguns hematomas”.

“Começamos a tirar vários mortos”, continua. 

“Nesse dia, sem contar os feridos, tiramos 25 mortos, inclusive indígenas”, conta. “Sem exagerar, acho que 30 pessoas estão soterradas aí. Eram 500 garimpeiros em sete ou oito metros. Tem muita gente soterrada, mas não estão limpando onde os mortos estão na realidade [porque] é perigoso”.

O governador de Bolívar, Ángel Marcano, assegurou, nesta sexta-feira, que os trabalhos de buscas serão mantidos por um mês, embora não espere encontrar mais corpos.

“Não escondo a verdade”, insistiu, retrucando o que dizem os moradores de La Paragua [povoado mais próximo da mina], convencidos, assim como Pedro, de que o número de vítimas é maior.

– Pagamentos em ouro –

Bulla Loca ficava em terra indígena, onde é permitida a mineração artesanal, embora esta operação fosse ilegal, segundo o governo.


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