«É um grande orgulho representar a Guiné-Bissau, é um sentimento único»

O Campeonato Africano das Nações de futebol arranca a 13 de Janeiro com o jogo de abertura entre a Costa do Marfim, país anfitrião, e a Guiné-Bissau, em Abidjan, no Estádio Olímpico de Ebimpé.

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O CAN conta com 24 selecções divididas em seis grupos de quatro equipas. Pela primeira vez na história, quatro selecções lusófonas estão presentes: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

Os Djurtus estão no Grupo A juntamente com a Nigéria, a Guiné Equatorial e a Costa do Marfim.

Os Mambas e os Tubarões Azuis estão juntos no Grupo B que também conta com Egipto e Gana.

Quanto aos Palancas Negras vão defrontar a Argélia, o Burkina Faso e a Mauritânia no Grupo D.

A prova começa neste sábado, 13 de Janeiro, com o encontro inaugural entre a Costa do Marfim e a Guiné-Bissau.

Os guineenses participam pela quarta vez consecutiva no CAN e pela segunda vez vão abrir a competição.

Famana Quizera, internacional guineense. © Cortesia Académico de Viseu Futebol Clube

Em entrevista exclusiva à RFI, Famana Quizera, avançado de 21 anos, abordou a participação no CAN e os objectivos da Selecção Guineense.

Famana Quizera, que foi formado no Benfica em Portugal, antes de seguir para a Alemanha e vestir a camisola do Borussia Mönchengladbach, joga actualmente no Académico de Viseu em território português.

Famana Quizera participa pela primeira vez no CAN com a camisola dos Djurtus e mostrou-se feliz por representar a Guiné-Bissau na maior prova de futebol continental em África.

RFI: O que significa participar no CAN para o Famana?

Famana Quizera:Será o realizar de um sonho. Porque estarei a representar a minha família e a família de todos os guineenses. Sei que muitos outros profissionais guineenses gostariam de estar presentes e vou trabalhar também para os meus colegas que infelizmente não estão na fase final.

RFI: Quais são os objectivos da Guiné-Bissau no CAN?

Famana Quizera: O objectivo principal passa por alcançar um bom resultado na abertura do campeonato. E lutar pelo apuramento para a próxima fase.

RFI: Os Djurtus vão participar no jogo de abertura com a Costa do Marfim, vai haver uma certa pressão ou não de defrontar os anfitriões logo de início?

Famana Quizera: Pressão já temos pela responsabilidade de representar o nosso povo. Numa competição deste nível todos os jogos são difíceis, mas se estamos presentes é devido às nossas qualidades, portanto vamos estar à altura do desafio.

RFI: Segundo jogo frente à Guiné Equatorial, é o jogo decisivo para um possível apuramento?

Famana Quizera: Qualquer jogo é decisivo do primeiro ao terceiro e também os da fase eliminatória. Temos que ter níveis de concentração no máximo e lutar do princípio até ao fim.

RFI: Último jogo frente à Nigéria, uma selecção que conhecem bem desde o apuramento, isso é uma vantagem?

Famana Quizera: Eles também poderiam pensar que nos conhecem melhor. Nós temos demonstrado que podemos competir com as potências do futebol africano.

RFI: Quarta participação para os Djurtus e ainda nenhuma vitória, será desta vez Famana? E há um certo nervosismo por a selecção ainda não ter vencido?

Famana Quizera: Temos ainda mais vontade de trabalhar para alcançarmos a primeira vitória. Olhamos para o presente e para o jogo seguinte. A selecção tem crescido.

RFI: Famana, o que representa para si vestir a camisola da Guiné-Bissau?

Famana Quizera: É um misto de emoções e um grande orgulho representar esta selecção, é um sentimento único.

RFI: Como tem sido a temporada até agora para o Famana?

Famana Quizera: A temporada tem sido menos efusiva porque no clube ainda não estamos nas primeiras posições. As minhas conquistas a nível pessoal teriam melhor sabor se a equipa estivesse no topo da liga. Mas estamos a começar a trabalhar sobre vitórias e isso muda tudo.

RFI: Famana, uma pergunta mais pessoal, como surgiu a paixão do futebol e a sua carreira até agora, é o que esperava?

Famana Quizera: Futebol para mim surgiu automaticamente desde quando era criança, cada vez que pego numa bola. A paixão pelo futebol começou cedo, de onde venho o futebol é um desporto muito praticado por isso posso dizer que era inevitável não conseguir gostar ou começar a praticar futebol. Quando me puseram uma bola aos meus pés, foi aí que o sonho de ser futebolista começou e a paixão também.

RFI: Qual seria a mensagem para os adeptos dos Djurtus?

Famana Quizera: Acreditem no nosso trabalho. Vamos dar o nosso máximo para fazermos história neste CAN. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES.

 

A Selecção guineense de futebol.
A Selecção guineense de futebol. © AFP – DANIEL BELOUMOU OLOMO

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