Os últimos dias foram sensacionais para quem gosta do futebol de seleções. O cardápio recheado da Data Fifa de novembro garantiu partidas interessantes pelos quatro cantos do planeta. As Eliminatórias Sul-Americanas ofereceram grandes clássicos, mesmo com os resultados sofríveis para o Brasil. Os principais candidatos à Copa do Mundo na África e na Ásia também iniciaram suas caminhadas no qualificatório para 2026. A Europa concluiu a fase de grupos das eliminatórias da Euro 2024, numa sequência de classificações e emoções. Já a Concacaf teve mata-matas trepidantes nas quartas de final da Liga das Nações, que ainda valiam vaga à Copa América de 2024.
Abaixo, aproveitamos o fim da Data Fifa para destacar uma série de jogadores que se saíram bem por suas seleções. As escolhas foram feitas a partir das grandes atuações individuais, mas também por histórias marcantes e o papel decisivo em partidas de peso. Algumas dessas exibições serão lembradas por muito tempo.
Ronald Araujo (Uruguai)
O Uruguai foi a melhor seleção da América do Sul nesta Data Fifa, com sobras. Ronald Araújo fez duas enormes partidas pela Celeste. Muita gente brilhou nos 2 a 0 contra a Argentina, com menções honrosas também a Manuel Ugarte e Darwin Núñez. Ainda assim, Araújo tomou conta da lateral direita e, além de sua imposição na defesa, contribuiu demais no ataque, inclusive para abrir o placar. Não foi diferente contra a Bolívia, em mais uma partida de hierarquia do defensor. Mandou na linha de zaga e contribuiu às transições, iniciando com maestria o lance do primeiro gol. Jogador maiúsculo. Nos 3 a 0 contra os bolivianos, menção especial também a Facundo Pellistri e Darwin Núñez, este com três gols nas duas últimas partidas.
Luis Díaz (Colômbia)
Luis Díaz é o grande protagonista da seleção da Colômbia. Não há dúvidas que o diferencial técnico dos Cafeteros neste momento é o seu ponta. E a vitória histórica sobre o Brasil, simbólica pelo ineditismo em Eliminatórias, será para sempre lembrada pela redenção de Díaz. Não havia personagem melhor para a Data Fifa, depois de tudo o que o colombiano sofreu nas últimas semanas com o sequestro de seu pai. Após a libertação, e com a presença de Don Luis Manuel nas arquibancadas, o filho arrebentou contra a Seleção. Partiu para cima da marcação, expôs as falhas defensivas e foi imparável no alto. Dois gols que determinaram a virada por 2 a 1 e ainda valeram uma linda cena com a emoção do pai na comemoração. Que não tenha feito muito contra o Paraguai, a exibição em Barranquilla fica na memória.
Rodrigo De Paul (Argentina)
Rodrigo de Paul viveu uma Data Fifa de altos e baixos. O meio-campista não foi bem na derrota para o Uruguai. Perdeu a batalha na faixa central para os charruas e ainda caiu na pilha dos rivais. A volta por cima aconteceu contra o Brasil, numa noite que merece menção mais por seu significado do que pelo futebol apresentado. E foi aí que De Paul se sobressaiu. No clima deplorável que se instaurou no Maracanã, pela violência policial, o argentino usou o destempero dos brasileiros a seu favor. Fez muita gente cair na sua, ao forçar cartões e até a expulsão discutível de Joelinton. Também contribuiu para que a Albiceleste travasse o meio numa partida tão truncada. Se a final da Copa América guardava uma ótima lembrança do Maraca ao volante, ele teve mais uma.
Moisés Caicedo (Equador)
Moisés Caicedo precisa de confiança. Enquanto busca a afirmação no Chelsea, a seleção do Equador oferece um ambiente que ele conhece tão bem. La Tri não deu espetáculo na Data Fifa, mas somou pontos importantes e contou com a melhor versão do meio-campista. Niño Moi não conseguiu tirar o 0 a 0 contra a Venezuela, mas apareceu bastante e quase marcou um golaço da intermediária. Já diante do Chile, contribuiu ativamente para o 1 a 0 dos equatorianos. Participou em diferentes fases do jogo, em especial nos lançamentos para o ataque. Auxilia o Equador a ficar bem na tabela das Eliminatórias, mesmo com três pontos descontados por punição.
Marcelo Moreno (Bolívia)
Marcelo Moreno teve pouca participação para a Data Fifa da Bolívia. Merece destaque muito mais pelo simbolismo, numa emotiva despedida de La Verde. Foram jornadas muito especiais para o centroavante, recordista em partidas e em gols na seleção boliviana. O último ato em La Paz contou com uma boa vitória, por 2 a 0 sobre o Peru. Moreno até auxiliou em um dos gols, embora os méritos tenham sido de Henry Vaca no chutaço. Ainda assim, o protagonismo do medalhão foi inegável pela forma como todos pareciam se esforçar para homenageá-lo. Usou até mesmo uma camisa autografada pelos companheiros. Contra o Uruguai, Moreno viu a Celeste atropelar. De qualquer forma, sua substituição às lágrimas, reverenciado até pela torcida e pelos jogadores adversários no Centenário, foi de arrepiar.
Innocent Nshuti (Ruanda)
A rodada das Eliminatórias Africanas teve várias surpresas. Uma delas é Ruanda, que lidera o Grupo C, o mesmo de Nigéria e África do Sul. As Vespas nem começaram tão bem, com o empate por 0 a 0 diante de Zimbábue. Já nesta terça-feira, conquistaram um resultado imenso com os 2 a 0 contra os sul-africanos. Innocent Nshuti esteve entre os grandes destaques, ao abrir o caminho para o triunfo. O atacante de 25 anos anotou um gol em que misturou potência e técnica. Merece mais atenção na sequência da campanha.
Kabelo Seakanyeng (Botsuana)
Botsuana foi outra seleção que saiu engrandecida das Eliminatórias Africanas. Vendeu caro a derrota por 3 a 2 contra Moçambique na estreia e conseguiu bater Guiné por 1 a 0 na sequência. Kabelo Seakanyeng foi o nome do jogo, com um gol de muita personalidade. Aos 34 do segundo tempo, o atacante encarou a marcação e fez o corte para dentro. Disparou o chute no cantinho, sem chances de defesa. Um lance individual que o coloca em evidência, ainda mais numa noite em que Serhou Guirassy estava do outro lado.
Myziane Maolida (Comores)
A sensação das Eliminatórias Africanas é a seleção de Comores. O futebol dos Celacantos não é exatamente uma novidade, após a aparição na Copa Africana de 2022, numa marcante campanha até os mata-matas. Ainda assim, os comorenses foram capazes de encantar na Data Fifa. Contaram com o talento de Myziane Maolida, atacante de 24 anos que atua no Hertha Berlim. O jovem fechou o placar nos 4 a 2 contra a República Centro-Africana, num resultado construído pelas excelentes tramas coletivas. Já diante de Gana, a individualidade precisou fazer a diferença para render o celebrado triunfo por 1 a 0. Maolida se apresentou para uma pintura, em que enfileirou a marcação, até invadir a área e chutar firme nas redes. Foi um dia inesquecível em Moroni, capital do país insular.
Seko Fofana (Costa do Marfim)
A seleção da Costa do Marfim passa abaixo do radar, pela ausência nas duas últimas Copas. Não deveria ser assim, pela maneira como os Elefantes agregam talentos nos últimos meses. É um time que se candidata a voltar ao Mundial e mesmo fazer uma boa campanha na próxima Copa Africana de Nações. Os marfinenses voaram nessa Data Fifa, com os 9 a 0 sobre Seychelles e também os 2 a 0 contra Gâmbia. Garotos como Karim Konaté e Simon Adingra apareceram bem. Já uma liderança clara é Seko Fofana. O meio-campista forma um setor muito forte com Ibrahim Sangaré e Franck Kessié. Teve participação contínua na destruição de Seychelles e anotou um golaço contra Gâmbia. É uma dessas adições recentes, já que atuou pelas seleções de base da França e só agora ganha sequência na Costa do Marfim, devido ao destaque por Lens e Al-Nassr.
Denis Bouanga (Gabão)
Pierre-Emerick Aubameyang pode não defender mais a seleção de Gabão, mas não dá para dizer que os Panteras estão órfãos. Há outro grande nome no ataque, com a presença de Denis Bouanga, em excelente fase pelo Los Angeles FC. Os gaboneses ganharam as duas nas Eliminatórias e Bouanga marcou nos dois jogos. Fez o primeiro nos 2 a 1 contra Quênia, em tarde que também teve um tirambaço de Guélor Kanga, outro dos protagonistas atuais. Já nos 2 a 1 sobre o Burundi, o artilheiro aproveitou uma saída atrapalhada do goleiro para punir os oponentes. Uma pena que o Gabão não disputará a Copa Africana de Nações. Será um desfalque no torneio.
Mohamed Amoura (Argélia)
A Argélia busca novos nomes, especialmente ex-jogadores das seleções francesas na base, como Amine Gouiri e Houssem Aouar. Quem também apareceu bem na Data Fifa foi o atacante Mohamed Amoura, de 23 anos, nascido e criado em território argelino. O baixinho da Union St. Gilloise não apareceu tanto nos 3 a 1 contra a Somália, mas tocou o terror nos 2 a 0 contra Moçambique. Saiu muito bem do banco e participou das jogadas de ambos os gols, anotados por Farès Chaïbi e Ramiz Zerrouki – outros bons nomes a se prestar atenção nas Raposas do Deserto. Já é um time que ganha outras faces em relação ao título na Copa Africana de 2019.
Youssef Msakni (Tunísia)
Do alto de seus 33 anos, Youssef Msakni permanece como uma referência técnica na seleção da Tunísia. E o atacante continua fazendo a diferença, para que as Águias de Cartago iniciem as Eliminatórias Africanas com 100% de aproveitamento. A estreia dos tunisianos foi tranquila, com a vitória por 4 a 0 sobre São Tomé & Príncipe. Msakni anotou um dos gols, sem muitas dificuldades. Bem mais duro foi o triunfo por 1 a 0 na visita a Malaui, resolvido apenas com um pênalti aos 43 do segundo tempo. Msakni teve sangue frio para converter.
Mohamed Salah (Egito)
O início de temporada estupendo de Mohamed Salah pelo Liverpool se notou também nesta arrancada das Eliminatórias Africanas. Foram atuações espetaculares do craque, em duas vitórias do Egito. Salah não teve qualquer piedade nos 6 a 0 contra Djibuti, com os quatro primeiros gols de seu time. Não precisou ser necessariamente brilhante, mas o faro de gol estava apuradíssimo. Teve um grande parceiro também no lateral Ahmed Fatouh, responsável por duas assistências. Já diante de Serra Leoa, Salah não balançou as redes, mas participou da construção dos dois tentos de Mahmoud Trézéguet no triunfo por 2 a 0. O atacante sobra no continente, o melhor da temporada até o momento.
Bertrand Traoré (Burkina Faso)
Burkina Faso é a principal ameaça ao Egito nas Eliminatórias. Não foi o melhor início de campanha, com quatro pontos em dois compromissos, mas Bertrand Traoré ressaltou o papel de protagonista da equipe. Anotou um verdadeiro golaço no empate por 1 a 1 contra Guiné-Bissau, em que costurou a defesa adversária inteira para buscar a igualdade aos Garanhões. Já diante da Etiópia, com o triunfo por 3 a 0 dos burquinenses, Traoré deu assistência e ainda converteu o seu de pênalti. Alimenta as esperanças.
Emilio Nsue (Guiné Equatorial)
A vida da Tunísia não se promete tão fácil nas Eliminatórias porque Guiné Equatorial está no mesmo grupo. E os Elefantes também sustentam os 100% de aproveitamento, com duas suficientes vitórias por 1 a 0. Os dois jogos tiveram um herói em comum, como tantas vezes acontece aos equato-guineenses: o atacante Emilio Nsue, grande referência técnica do time e também um dos mais experimentados do país. O medalhão foi providencial no triunfo diante da Namíbia e também balançou as redes para derrotar a Libéria. Com uma defesa forte e seu astro tão ligado, Guiné Equatorial se candidata a ser uma pedra no sapato.
Almoez Ali (Catar)
O Catar começou as Eliminatórias Asiáticas de maneira avassaladora. Tudo bem que o Afeganistão vinha de uma série de disputas internas, com o boicote de grande parte de seu elenco, mas os 8 a 1 dos catarianos assustaram. Também fizeram 3 a 0 na visita a Índia, um oponente que cresce nos últimos tempos. Almoez Ali foi o mais impiedoso. O artilheiro da última Copa da Ásia segue na ponta dos cascos. Marcou quatro gols contra os afegãos e mais um diante dos indianos. Merece menção ainda o lateral Homam Ahmed, responsável por quatro assistências.
Ayase Ueda (Japão)
O Japão termina 2023 como uma das melhores seleções do planeta – talvez aquela que apresente o futebol mais vistoso em todos os continentes. As Eliminatórias Asiáticas contaram com duas goleadas dos Samurais Azuis: 5 a 0 sobre Mianmar e também 5 a 0 contra a Síria, que se prometia um adversário mais duro. Ayase Ueda debulhou os dois oponentes, com três gols no primeiro jogo e outros dois no segundo. O centroavante do Feyenoord mostrou uma presença de área valiosa, sobretudo nos lances pelo alto. Obviamente, não foi destaque solitário. Junya Ito chegou a dar quatro assistências contra os sírios.
Son Heung-min (Coreia do Sul)
A Coreia do Sul engrenou nas últimas partidas, após um início de trabalho instável com Jürgen Klinsmann. Conseguiu duas vitórias confortáveis no início das Eliminatórias Asiáticas, com os 5 a 0 sobre Singapura e mais um 3 a 0 contra a China – principal rival no grupo. Son Heung-min ofereceu todo o seu repertório. Só marcou um diante dos singapurianos, mas muito bonito, num chute cruzado da entrada da área. Já contra os chineses, foram dois gols e também uma assistência. A qualidade individual dos sul-coreanos é grande, ainda mais com figuras como Hwang Hee-chan e Lee Kang-in.
Arif Aiman Hanapi (Malásia)
A Malásia começou muito bem as Eliminatórias Asiáticas, com duas vitórias. E o triunfo por 4 a 3 sobre o Quirguistão foi um dos melhores jogos da Data Fifa. Os oponentes venciam por 3 a 1 em Kuala Lumpur, antes que a virada se desse nos 20 minutos finais. O grande responsável foi Arif Aiman Hanapi, ala de 21 anos do Johor Darul Ta’zim. O garoto participou dos quatro gols malaios. Foi decisivo nas cobranças de escanteio, nos avanços pela linha de fundo e até na armação pelo meio. Foi assim que assinou uma jogadaça para a virada se consumar aos 48 do segundo tempo, com tento de Faisal Halim. Arif ofereceu três assistências e outro passe ainda virou gol contra.
Sardar Azmoun (Irã)
Sardar Azmoun ainda busca seu caminho na Roma, mas permanece como uma figura imprescindível na seleção do Irã. O atacante apareceu bem nos dois jogos da Data Fifa. Primeiro, comandou os 4 a 0 sobre Hong Kong. Anotou dois gols e ainda deu uma assistência para os persas. Depois, também fez sua parte num difícil empate por 2 a 2 na visita ao Uzbequistão, em que os anfitriões até buscaram a igualdade após ficarem dois gols atrás. Azmoun entregou o primeiro tento para Ramin Rezaeian. A fase recente nem é a melhor dos iranianos, mas o talento ofensivo segue presente, também com Mehdi Taremi.
Ali Mabkhout (Emirados Árabes)
Ali Mabkhout é uma figuraça do futebol de seleções que acaba pouco conhecido do público em geral. O atacante de 33 anos já anotou 84 gols por Emirados Árabes Unidos. É o sexto maior goleador do futebol internacional na história, igualado a Ferenc Puskás, e o quarto maior na ativa – só abaixo de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e da lenda indiana Sunil Chhetri. As Eliminatórias Asiáticas auxiliam Mabkhout a ampliar sua mística, o que ele fez nesta Data Fifa. O atacante do Al-Jazira anotou três gols. Foram dois tentos nos 4 a 0 sobre o Nepal e mais um no importante 2 a 0 diante do Bahrein. Sequer foi titular neste segundo compromisso, mas os pênaltis auxiliam em sua assiduidade nas redes.
Saleh Al-Shehri (Arábia Saudita)
A Arábia Saudita começa seu novo momento com Roberto Mancini e não encontrou problemas para passear nas Eliminatórias. Ganhou por 4 a 0 do Paquistão e por 2 a 0 da Jordânia, em noites conduzidas por Saleh Al-Shehri. O atacante do Al-Hilal fez dois tentos em cada um dos jogos. Diante dos paquistaneses, guardou um de chapa e outro de pênalti. Já contra os jordanianos, os gols nasceram numa cabeçada e num contra-ataque. Mostra versatilidade, num momento em que acaba relegado a segundo plano dentro do clube.
Mohanad Ali (Iraque)
O Iraque conseguiu pontos importantes nas Eliminatórias Asiáticas. A estreia contra a Indonésia não era problema e os 5 a 1 no placar deixaram isso bem claro. Muito mais valorizado foi o triunfo por 1 a 0 sobre o Vietnã, oponente direto na chave. Brilhou a estrela de Mohanad Ali, atacante de 23 anos que é visto com esperança no país. Embora reserva contra os indonésios, veio do banco na visita aos vietnamitas. O tento decisivo saiu numa cabeçada certeira, aos 52 do segundo tempo. Não se nega a estrela, pela forma como se impôs no alto entre dois defensores e mandou a testada fulminante.
Harry Souttar (Austrália)
Harry Souttar vem de uma Copa do Mundo estupenda e começou muito bem as Eliminatórias, mesmo esquentando o banco do Leicester na Championship. O gol do zagueiro acabou encoberto por outros tantos na goleada por 7 a 0 sobre Bangladesh, em que Mitchell Duke fez dois e Jamie MacLaren contribuiu com os três últimos. Souttar foi mais preponderante no 1 a 0 diante da Palestina. Mais uma vez assinalou o gol dos Socceroos e ainda teve ótimos números defensivos para evitar a reação dos adversários. Ambos os gols de cabeça vieram em bolas paradas cobradas por Craig Goodwin.
Kingsley Coman (França)
A França esmagou Gibraltar de uma forma nunca antes vista na história da seleção, com os 14 a 0 de múltiplos recordes. Foi cardápio completo para os Bleus, até pela miríade de golaços. Kylian Mbappé fez três, um deles da intermediária. Olivier Giroud guardou dois, até de bicicleta. De qualquer maneira, Kingsley Coman precisa receber o devido reconhecimento pela forma como incendiou seu time, sobretudo no primeiro tempo. Muitas jogadas dos franceses passavam por ele, do lado direito. Carimbava diversas bolas e criava ocasiões aos companheiros. Ajudou com dois gols e uma assistência, além de ter influenciado mais. E isso porque deixou o campo no meio do segundo tempo, quando o placar era de “apenas” 9 a 0.
Ferdi Kadioglu (Turquia)
A Turquia conquistou uma vitória emblemática na Data Fifa, mesmo que em amistoso contra a Alemanha. A torcida turca se lembrará por muito tempo dos 3 a 2 no Estádio Olímpico de Berlim, até pela maneira como dominou as arquibancadas. E um dos principais escapes do time de Vincenzo Montella foi Ferdi Kadioglu. O talento do lateral é bastante conhecido pela boa forma no Fenerbahçe e causou problemas aos alemães. O jovem de 24 anos ainda teve dificuldades para lidar com Leroy Sané, mas deu sua resposta no apoio e anotou um belo gol, o primeiro dos alvirrubros. Atuação maiúscula de um jogador que talvez pinte em ligas maiores. O zagueiro Abdülkerim Bardakci e o ponta Kenan Yildiz foram outros dois que agradaram pelo alto nível.
Wout Weghorst (Holanda)
A Holanda se classificou para a Eurocopa sem muito brilho, mas com resultados suficientes ao longo da Data Fifa. O mais importante aconteceu contra a Irlanda, em 1 a 0 que confirmou a classificação da Oranje. Wout Weghorst preponderou, com seu carimbo na jogada do gol. Foi um grande lance do centroavante, especialmente pelo giro que deu na marcação ainda na intermediária. Saiu de frente para o crime e soltou uma pancada no alto da meta. Curiosamente, Weghorst não balançou as redes nos 6 a 0 contra Gibraltar, mas abriu muitos espaços para que os companheiros cravassem a goleada.
Borna Sosa (Croácia)
A Croácia correu mais riscos do que se imaginava para se classificar à Eurocopa. Dependeu de duas vitórias nesta reta final, com os 2 a 0 sobre a Letônia e o 1 a 0 diante da Armênia. Borna Sosa ficou no banco contra os letões, mas foi essencial no triunfo decisivo ante os armênios. Muitos dos lances dos croatas aconteciam pelo lado esquerdo, sobretudo no primeiro tempo. O lateral não tinha receio de subir e bombardear a área com cruzamentos. O gol nasceu de seus pés. Após a abertura de Luka Modric, Sosa botou a bola perfeita para Ante Budimir. Se a fase no Ajax não anda boa, deu para recuperar o moral pelos axadrezados.
Federico Chiesa (Itália)
As lesões de Federico Chiesa foram um problema constante da Itália nos últimos tempos. O atacante possui uma qualidade individual inegável, que auxiliou bastante na conquista da Euro 2020, e mesmo a falta de ritmo recente atrapalhou. Nesta Data Fifa, o que se viu foi a melhor versão de Chiesa, para espantar os traumas e garantir a Azzurra na Euro 2024. O atacante estava impossível contra a Macedônia do Norte. Demonstrou muita confiança e não tinha receio de chamar a responsabilidade. Foram dois gols e muitos lances incisivos, com uma resposta importante sobretudo depois do pênalti perdido por Jorginho. Chiesa não teve a mesma efetividade no 0 a 0 contra a Ucrânia, no fio da navalha, mas seguiu como um dos melhores do time. É um diferencial.
Tomás Soucek (República Tcheca)
A República Tcheca se classificou à Eurocopa em meio a uma crise interna, com episódios de indisciplina e temores até a última rodada. A confirmação do time no torneio continental, ainda assim, teve os resultados necessários na última semana. Os tchecos voltaram com o essencial empate por 1 a 1 contra a Polônia e fizeram sua parte com os 3 a 0 em casa diante de Moldova, no confronto direto. Referência da equipe, Tomás Soucek balançou as redes nos dois compromissos. Prevaleceu para um gol vital diante dos poloneses e depois fechou a conta ante os moldavos. É o principal jogador da seleção hoje e ratificou sua liderança. Menção honrosa ainda a Tomás Chory, centroavante que teve ótima contribuição no jogo da classificação, com gol e assistência contra Moldova.
Romelu Lukaku (Bélgica)
A Bélgica não tinha muito interesse nesta Data Fifa, com a vaga na Eurocopa garantida por antecipação. Quem aproveitou mesmo a ocasião foi Romelu Lukaku. O centroavante manteve a ótima média de gols na temporada ao maltratar o Azerbaijão, na goleada por 5 a 0. Foram nada menos do que quatro gols de Lukaku. O artilheiro dominou o espaço aéreo da área adversária e também teve muita facilidade para ganhar dos oponentes no corpo. Chegou a 83 gols com os Diabos Vermelhos, entre os dez maiores goleadores da história do futebol de seleções. Quem também infernizou os azeris foi Jérémy Doku, cada vez mais pronto ao estrelato por aquilo que também faz no Manchester City.
Emin Makhmudov (Azerbaijão)
O Azerbaijão não tinha mais chances de classificação no grupo, mas conseguiu uma das grandes vitórias da Data Fifa – e também de sua história. Em Baku, os azeris derrotaram uma deprimente Suécia por 3 a 0. Foi uma noite inesquecível para o país, especialmente graças a Emin Makhmudov. O meia do Neftchi Baku foi quem mais atazanou os escandinavos, em ótima parceria com Renat Dadasov na linha de frente. O primeiro gol de Makhmudov já foi bem bonito, num passe por elevação do companheiro. Nada comparado à pintura que fechou o placar, com um chutaço da linha do meio de campo. Pegou o goleiro Robin Olsen adiantado e fechou com chave de ouro o épico do Azerbaijão.
Dominik Szoboszlai (Hungria)
O maior lamento da Hungria na Euro 2020 foi não contar com Dominik Szoboszlai. O prodígio tinha dado a classificação para os magiares na repescagem, com um chutaço nos acréscimos do segundo tempo que valeu a virada contra a Islândia. Porém, lesionado, se ausentou do torneio. Desta vez, Szoboszlai se mostra ainda mais maduro e mais faminto para liderar os húngaros. Sua Data Fifa foi de cinema, com a nova classificação assegurada. Suas bolas paradas renderam os dois gols nos 2 a 2 contra a Bulgária. Nada comparado à mágica vista contra Montenegro, com dois golaços para a virada por 3 a 1. O meia entortou três adversários e deu até caneta no primeiro tento, enquanto o segundo veio numa jogadaça que ele construiu de início e concluiu. É o craque do time, indubitavelmente.
Ianis Hagi (Romênia)
A Romênia vai para a Eurocopa num grupo dos mais disputados das eliminatórias, em que Israel e Kosovo deram trabalho – enquanto a Suíça também se classificou. Numa reta final cheia de decisões, valeu ouro a virada romena por 2 a 1 contra os israelenses na Hungria. Um sobrenome famoso reapareceu, para conduzir a Tricolor a outra competição internacional. Ianis Hagi teve meses recentes difíceis, entre a lesão que custou seu espaço no Rangers e o recomeço no Alavés. Contudo, o ponta fez a diferença para o gol da vitória diante de Israel. Num lance em que precisou tentar duas vezes, Hagi aproveitou a sobra para mandar um tiro no contrapé do goleiro. O pai Gheorghe Hagi estava orgulhoso nas arquibancadas.
Benjamin Verbic (Eslovênia)
A Eslovênia conquistou a classificação para a Eurocopa depois de 24 anos ausente do torneio. Os resultados da Data Fifa não foram tão brilhantes, com a derrota para a Dinamarca por 2 a 1 e o apertado 2 a 1 contra o Cazaquistão no confronto direto. Mesmo assim, fica o simbolismo do resultado que encerra o hiato. O herói derradeiro dos eslovenos foi Benjamin Verbic, autor do gol da vitória. O ponta do Panathinaikos veio do banco para derrubar os cazaques. Mostrou qualidade num bonito tento, em que abriu a marcação e soltou a pancada cruzada no canto da meta.
Lukas Haraslín (Eslováquia)
A Eslováquia vai para a terceira Eurocopa consecutiva. Não conta mais com Marek Hamsik, mas outros herdeiros parecem capazes de decidir. Foi o que se viu no duelo decisivo diante da Islândia, com uma contundente virada por 4 a 2. Lukas Haraslín comandou o triunfo, numa das melhores atuações desta Data Fifa. O ponta do Sparta Praga impressionou principalmente pela qualidade dos lances, com um repertório de dribles em velocidade e ações precisas. Anotou dois gols e deu uma assistência, com duas pinturas em lances de velocidade. Até mereceu um descanso depois, contra a Bósnia & Herzegovina.
Shamar Nicholson (Jamaica)
A Jamaica conseguiu uma imensa virada contra o Canadá nas quartas de final da Liga das Nações. Nada disso seria possível sem Shamar Nicholson. O centroavante do Clermont anotou três dos quatro gols dos Reggae Boyz no confronto. Seu tento em Kingston não fez tanta diferença, com a derrota por 2 a 1. Mais importante foi a maneira como liderou a virada em Toronto, com o primeiro e o segundo gol dos jamaicanos num estalo. Mostrou-se muito atento para encontrar os atalhos na área e punir a defesa adversária. No fim das contas, Bobby Decordova-Reid decretou a classificação por 3 a 2 com um pênalti. Menção ainda ao goleiro André Blake, capaz de defesas salvadoras que evitaram uma situação mais difícil quando os canadenses estavam à frente no placar.
Adalberto Carrasquilla (Panamá)
Adalberto Carrasquilla é um jogador para se ver com muita atenção na Concacaf. O meio-campista do Houston Dynamo come a bola na MLS e foi eleito o melhor jogador da última Copa Ouro. Também fez miséria na Liga das Nações, ao liderar o vareio do Panamá nos 6 a 1 agregados diante da Costa Rica. O primeiro jogo foi cheio de golaços, com uma falta perfeita de Michael Murillo e um grande lance de José Fajardo. Mesmo assim, Carrasquilla mereceu os aplausos pela forma como conduziu o time e ainda ofereceu uma assistência cheia de estilo para Cecilio Waterman fechar os 3 a 0 em San José. Pois teria mais no reencontro na Cidade do Panamá, com os 3 a 1 da Maré Vermelha. Carrasquilla carimbou mais uma assistência.
Luis Malagón (México)
O México precisou se virar na Data Fifa sem Guillermo Ochoa, lesionado logo nos minutos iniciais do primeiro jogo contra Honduras, pelas quartas de final da Liga das Nações. Luis Malagón não evitou a derrota por 2 a 0 em Tegucigalpa, mas faria defesas importantes. Seria ainda mais decisivo nos 2 a 0 para os mexicanos no Azteca. Por mais que El Tri tenha bombardeado a meta hondurenha, com o resultado obtido só no apagar das luzes com o gol de Edson Álvarez, Malagón chegou a operar um milagre quando os Catrachos poderiam ter empatado. Já nos pênaltis, o arqueiro do América fez uma defesa que possibilitou a classificação.
Giovanni Reyna (Estados Unidos)
Giovanni Reyna ganhou anistia do técnico Gregg Berhalter, depois de todo o imbróglio envolvendo os dois na época da Copa do Mundo – com os pais do meia relembrando um episódio antigo de violência doméstica envolvendo o treinador, só porque o filho estava insatisfeito nos treinos. Pois bem, se Berhalter acabou absolvido do caso e deu uma nova chance a Reyna, o garoto também se concentra no futebol. Foi importante na classificação ao Final Four da Liga das Nações, por comandar os 3 a 0 sobre Trinidad & Tobago em Austin. Deu uma assistência que permitiu Ricardo Pepi abrir o placar e depois anotou seu próprio gol. Antonee Robinson foi outro essencial, com dois tentos, incluindo um míssil no primeiro jogo.
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