Temos sempre os noruegueses – Expresso

Um dos paradoxos mais interessantes na economia real é o que se convencionou chamar a maldição dos recursos. Todos nos questionámos como é possível que tantos países tão ricos em recursos naturais sejam pobres. Venezuela e Rússia têm enormes reservas de petróleo; vários países árabes, apesar da opulência da classe dirigente, têm grande parte da sua população a viver na pobreza; entre as ex-colónias portuguesas em África, Angola é particularmente rica (petróleo, diamantes e minérios vários), Moçambique dispõe de grandes reservas de carvão e gás natural, mas os países mais desenvolvidos são Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Esquecendo fenómenos como a corrupção, guerras e afins, há bons motivos económico-financeiros para estas dificuldades. Um pequeno país, como Timor-Leste, que tem grandes recursos de gás e petróleo, será um país fortemente exportador destes recursos, o que levará a que a sua moeda tenha tendência a valorizar-se. A consequência é que todos os outros produtos se tornam pouco competitivos nos mercados internacionais. Ao mesmo tempo que as atividades em torno da extração dos recursos naturais florescem, as restantes definham. Foi o que aconteceu na Holanda nos anos 60 depois da descoberta de gás (e petróleo) no Mar do Norte, que levou ao declínio da restante indústria. Daí que este fenómeno também seja conhecido como a doença holandesa, termo cunhado pela “The Economist”.

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