7 Nov 2023
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O espetáculo “Esse Caminho Longe”, com direção de Márcio Meirelles, estreou na última semana (04/11), na Incubadora do Centro Histórico de Viseu, em Portugal. A temporada continua até o dia 23, com sessões especiais para escolas e outras apresentações em Viseu e também em Viana do Castelo, Loures e Coimbra. A agenda completa pode ser conferida neste site.
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A peça tem textos de Olinda Beja e Lígia Soares e dramaturgia de Graeme Pulleyn, Lígia Soares e Márcio Meirelles. A diretora e coreógrafa Cristina Castro, gestora de projetos do Teatro Vila Velha, colaborou na coreografia do espetáculo.
A coprodução luso-afro-brasileira Brasil-Portugal entre a Cem Palcos e o Teatro Vila Velha é uma criação imersiva, que cruza teatro, vídeo e música ao vivo, uma marca da dramaturgia dos diretores Márcio Meirelles e Graeme Pulleyn, em que as diversas vozes, como o texto, a atuação, o vídeo e a música convergem para uma construção narrativa polifônica.
Essa proposta se traduz no espaço através de uma concepção de cruzamentos, cruzamentos de poéticas, de linguagens, de culturas, de estéticas, identidades e etnias. Uma obra multicultural e intercultural que reúne três continentes: América do Sul, África e Europa.
Como descreve a própria sinopse, “o público senta-se nos quatro lados do palco em forma de cruzamento. Duas telas de vídeo, de um lado e do outro mostram imagens de São Tomé e Príncipe e de Portugal. O audiovisual é uma das vozes que conta a história de uma de uma mulher afastada da sua terra natal ainda criança e da sua luta para regressar e reencontrar aquilo que perdeu, a essência do seu ser”. A partir da história e da poesia de Olinda Beja, através de uma perspectiva universal, onde a escritora simboliza vida de muitas crianças que foram retiradas à força do continente africano.
No elenco, continua a sinopse, “três atrizes, duas negras santomenses (Marta Espírito Santo e Vanessa Faray) e uma branca portuguesa (Filipa Fróis) narram estórias, narram histórias, narram a HISTÓRIA, colocam questões, fazem perguntas, convidam o público a empatizar e apontam um caminho para um recomeço, depois de tanto e tantos séculos de escravidão real e metafórica. E questiona: “Conseguiremos, reconhecendo os erros do passado, recomeçar no presente um outro futuro?”
“Olinda Beja está no espetáculo como ela está em sua própria poesia. É uma voz narrativa que não fala sobre ela, mas a partir dela, a partir da experiência dela. E, principalmente, a partir da experiência poética dela. De como ela conseguiu solucionar questões que são muito complexas para uma criança que é tirada de sua mãe terra, sua mãe cultural, sua mãe biológica e vai para um outro continente ser criada por uma outra mãe e um dia se reencontram”, explica Márcio Meirelles.
A primeira vez que o encenador Márcio Meirelles cruzou o Atlântico para montar um espetáculo em Portugal foi em 2013. Depois, mais dois em 2015. E agora mais este em 2023. Além disso, nesse intercâmbio luso-afro-brasileiro, duas outras montagens: em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe, tendo como parceiros a Cena Lusófona, o Teatro Viriato e o Centro Cultural Português do Mindelo e este ano a Cem Palcos. Entre criações e atividades de formação orientadas pelo artista nesses países, inclui-se também Angola e Moçambique.
* Por N.R. Fotos: Divulgação e Cristina Castro/Divulgação.
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