Na nota, assinada pela direção desta organização, anuncia-se a “detenção ilegal” de Trifonia Melibea Obono no sábado, no Ministério da Segurança, conhecido como Guantánamo “pelas violações dos direitos humanos que acontecem nas suas instalações”.
Desde o princípio do ano, “a situação agravou-se após a apresentação do relatório Tortura, Tratamentos e Penas Cruéis, Desumanas e Degradantes contra pessoas LGTBQI+ na Guiné Equatorial, na sede da União Europeia em Madrid”, escrevem os ativistas numa nota enviada à Lusa, na qual acrescentam que o Governo considerou o relatório “demasiado atrevido” e que, “após a sua publicação, as detenções aumentaram drasticamente”.
A publicação, dizem, “provocou uma reação violenta e determinadas personalidades com responsabilidades públicas utilizam desde então os poderes públicos para tornar invisíveis os ativistas LGBTIQA+ e provocam situações para legitimar o seu desaparecimento”.
O comunicado, concluem, serve para “denunciar e dar notoriedade à detenção arbitrária da ativista, docente, investigadora e escritora Trifonia Melibea Obono na Guiné Equatorial, propondo que as entidades interessadas na proteção dos direitos humanos empatizem com a situação e que os poderes públicos no país a libertem”.
Teodoro Obiang Nguema, de 80 anos, governa ditatorialmente a Guiné Equatorial desde 1979, quando derrubou, num golpe, o seu tio Francisco Macias.
Atualmente o chefe de Estado há mais tempo no cargo, à exceção das monarquias, foi reeleito nas eleições de 20 de novembro para um sexto mandato de sete anos, com 94,9% dos votos, segundo os resultados oficiais, que a oposição questionou, denunciando irregularidades na votação.
Desde que se tornou independente de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial é considerada por organizações de direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, devido a denúncias de prisões, torturas de dissidentes e repetidas fraudes eleitorais.
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