O artigo “Beijing Is Going Places—and Building Naval Bases“, publicado no Foreign Policy, oferece uma visão intrigante da estratégia da China de expandir sua presença naval globalmente. A China, conhecida por sua rápida ascensão econômica, está agora se posicionando como uma potência naval global.
A China estabeleceu sua primeira base militar no exterior em Djibouti em 2017, marcando um ponto de inflexão na estratégia naval da Marinha do Exército de Libertação do Povo (PLAN). Este movimento estratégico foi apenas o começo de uma ambição maior de expansão naval.
O artigo destaca uma estratégia multifacetada da China, que envolve o financiamento e a construção de portos e infraestruturas relacionadas em países de baixa e média renda. Segundo o conjunto de dados do AidData, a China financiou a construção de 123 projetos de portos marítimos em 78 portos em 46 países entre 2000 e 2021, totalizando $29,9 bilhões. Esses projetos não são apenas investimentos econômicos, mas também são vistos como potenciais bases para o PLAN em tempos de paz ou guerra.
A China está estendendo sua influência além de suas fronteiras. Bancos estatais chineses emprestaram $499 milhões para expandir o porto de Nouakchott, na Mauritânia, e $759 milhões para financiar o porto de Freetown, em Serra Leoa. Esses investimentos são significativos, considerando que o PIB total da Mauritânia e de Serra Leoa é de cerca de $10 bilhões e $4 bilhões, respectivamente.
O artigo ainda identifica oito locais mais prováveis para futuras bases do PLAN. Estes incluem Hambantota, Sri Lanka; Bata, Guiné Equatorial; Gwadar, Paquistão; Kribi, Camarões; Ream, Camboja; Luganville, Vanuatu; Nacala, Moçambique; e Nouakchott, Mauritânia. Cada um desses locais oferece vantagens estratégicas para a China, seja em termos de localização geográfica, alinhamento político ou investimento financeiro.
Os autores destacam que a expansão naval da China tem implicações significativas para a geopolítica global. A localização estratégica dessas bases potenciais sugere que a China está buscando aumentar sua influência em regiões críticas ao redor do mundo. Isso pode ter implicações significativas para a segurança global e a ordem internacional existente.
Além disso, mencionam que a China gosta de colocar seus portos em lugares fora do caminho. Isso é evidente no investimento pesado de Pequim no porto de Caio, uma província de Angola. Segundo um executivo de transporte, as entidades chinesas no passado viram seus portos expostos a conflitos trabalhistas, protestos públicos e outras interrupções, e agora preferem se distanciar dessas situações.
Finalmente, os autores apresentam a possibilidade de a China tentar estabelecer uma base co-localizando unidades de frota em uma ou mais bases navais russas. Isso seria atraente para os planejadores navais do PLAN, pois não precisariam convencer a liderança russa de que os Estados Unidos e a Europa são uma ameaça, e haveria pouco perigo de qualquer ofensiva de charme dos EUA para atrair a Rússia.
Para obter mais detalhes leia: https://foreignpolicy.com/2023/07/27/china-military-naval-bases-plan-infrastructure/
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