Um dos nomes mais famosos da arte, Picasso passou anos explorando a arte africana
Izabel Duva Rapoport, com adaptação de Isabelly de Lima Publicado em 01/07/2023, às 20h00
Ainda antes de iniciar o cubismo em seus trabalhos — movimento de vanguarda o qual foi fundador —, o artista Pablo Picasso (1881-1973) passou pelo menos três anos, de1907 a 1909, explorando a arte africana. Ele não chegou a viajar ao continente, mas, como naquela época a França seguia em expansão por territórios africanos, muitos artefatos de lá chegavam aos museus da Europa.
Um deles, o etnográfico Trocadéro, realizou exposições com peças oriundas de países afro, tendo chamado a atenção de diversos artistas ocidentais, incluindo o espanhol que vivia em Paris desde 1904. Entre as artes com esta influência, a mais famosa é a Les Demoiselles d’Avignon, que também é uma das mais representativas do protocubismo – estilo antecessor ao cubismo.
Nela, é nítida a semelhança das duas mulheres à direita com as máscaras da etnia Fang, tradicionais em países como Guiné Equatorial, Gabão e Camarões. De acordo com o site oficial do pintor, as demais mulheres da obra são baseadas em esculturas ibéricas.
Obsessão do artista
As máscaras refletem a obsessão de Picasso pela arte primitiva, não apenas de origem africana, mas também da antiga Ibéria ou da Espanha e Portugal modernos. As formas simples e ousadas e os planos angulares usados na arte primitiva foram fundamentais para a reestruturação das convenções do artista”, informa o site.
Sobre isso, vale ressaltar que Picasso, que morreu há 50 anos, nunca deu à arte africana o crédito que ela merece, privilegiando sempre a arte ibérica em suas falas. Porém nem tudo precisa ser dito.
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