Associação Automóvel prevê pouco impacto das tarifas dos EUA em Portugal

Economia

Donald Trump anunciou já para abril a imposição de novas taxas de 25% sobre todas as importações de veículos e peças para automóveis, numa nova escalada da guerra comercial que está a travar com resto do mundo. O Presidente dos EUA espera arrecadar quase 100 mil milhões de dólares com as medidas.

Donald Trump espera que a medida ajude a promover a indústria e o consumo interno, mas o mercado automóvel acredita numa paralisação temporária da produção e no aumento do preço final para os consumidores norte-americanos.

Para a Associação Automóvel de Portugal, as tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos não vão afetar o nosso país de forma significativa.

“No que diz respeito às fábricas de automóveis, a exposição aos EUA é diminuta. Nós exportamos 97% dos veículos produzidos em Portugal, mas 88% são para a União Europeia”, diz Hélder Barata Pedro, da Associação Automóvel de Portugal.

A medida entra na próxima semana, mas já está a levar à queda das ações dos maiores fabricantes de automóveis nos EUA, na Europa e na Ásia.

Trump afirmou no passado que as tarifas sobre importações de automóveis seriam uma política marcante da sua presidência, apostando que os fabricantes estrangeiros deslocalizem produção para os Estados Unidos, para manter acesso competitivo ao mercado.

Mas a cadeia logística automóvel é global e os fabricantes de automóveis norte-americanos e estrangeiros com fábricas no país ainda dependem de peças feitas no Canadá, México e outras nações, pelo que os preços dos automóveis podem aumentar e as vendas podem diminuir, até novas fábricas estarem operacionais, refere a agência AP.

As tarifas automóveis fazem parte de uma reformulação ampla das trocas comerciais globais por Trump, que planeia impor em 02 de abril o que chama de taxas “recíprocas”, que corresponderiam às cobradas por outras nações a exportadores norte-americanos.

Que tarifas já impôs ou quer impor Donald Trump?

Trump já impôs tarifas de 20% sobre todas as importações da China e de 25% ao México e ao Canadá.

Partes das tarifas sobre o México e o Canadá foram suspensas, incluindo os impostos sobre os automóveis, depois de os fabricantes de automóveis se terem oposto e de Trump conceder-lhes um adiamento de 30 dias, que deverá expirar em abril.

O Presidente também impôs tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, removendo as isenções dos seus impostos anteriores de 2018 sobre os metais.

Também planeia aplicar tarifas sobre ‘chips’ de computadores, medicamentos, madeira e cobre.

Os seus impostos correm o risco de desencadear uma guerra comercial global mais vasta, com uma escalada de retaliações, prejudicando potencialmente o crescimento económico e aumentando os preços para as famílias e as empresas, uma vez que alguns dos custos dos impostos são transferidos pelos importadores.

Quando a União Europeia retaliou com planos para aplicar uma tarifa de 50% sobre as bebidas espirituosas norte-americanas, Trump respondeu planeando um imposto de 200% sobre as bebidas alcoólicas provenientes da UE.

Trump também tenciona aplicar uma tarifa de 25% aos países que importam petróleo da Venezuela , apesar de os Estados Unidos importarem petróleo deste país.

Com LUSA

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